Vale define seu novo presidente

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O conselho de administração da Vale decidiu, de forma unânime, nomear Gustavo Pimenta, até então vice-presidente financeiro, como o novo presidente da empresa. Ele substitui Eduardo Bartolomeo, encerrando um processo de sucessão que foi marcado por intensa pressão política, especialmente por parte do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que buscava emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. A reportagem é da Folha de SP.

A escolha de Pimenta foi feita após a análise de uma lista de 15 candidatos recomendados pela consultoria internacional Russell Reynolds, contratada pela Vale para apoiar o processo de sucessão. Embora seu nome não estivesse entre os listados inicialmente, a busca incluiu a consideração de candidatos internos, e Pimenta acabou disputando a posição com Marcelo Spinelli, vice-presidente de Soluções de Minério de Ferro da empresa.

Daniel Stieler, presidente do conselho de administração da Vale, expressou otimismo com a escolha de Pimenta: “Estamos muito felizes e confiantes com a escolha de Gustavo Pimenta para liderar a Vale. Ele reúne as competências necessárias para que possamos aspirar a um novo ciclo virtuoso para a companhia, orientado por nosso propósito, e com grande potencial de geração de valor a todos os nossos públicos de relacionamento.”

Pimenta ingressou na Vale em 2021, vindo de uma carreira consolidada na empresa de energia AES e no Citigroup. Ele é economista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais, com mestrado em finanças e economia pela Fundação Getúlio Vargas.

Agora, ele enfrentará desafios imediatos, como a conclusão do acordo de reparação das vítimas do desastre de Mariana (MG), questão que tem gerado tensões com o governo, além de liderar a Vale em um momento complicado para o mercado de minério de ferro, que viu uma queda significativa de um terço no valor este ano.

Eduardo Bartolomeo, em nota, elogiou seu sucessor: “Com Gustavo Pimenta, acredito que a Vale seguirá firme em sua jornada rumo à liderança na mineração sustentável e na criação de valor para todos os stakeholders.” Bartolomeo teve seu mandato estendido até dezembro para garantir uma transição suave, embora inicialmente estivesse previsto para encerrar em maio deste ano.

A Vale, atualmente sem um controlador definido, ainda carrega a influência de seus antigos acionistas majoritários, incluindo Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, o Bradesco e a japonesa Mitsui.

Durante o processo de sucessão, a mineradora enfrentou ataques e críticas por parte do governo e seus aliados. Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, chegou a declarar que a Vale estava “acéfala” e ameaçou com sanções caso a empresa resistisse em firmar o acordo de Mariana.

Em sua carta de renúncia, José Penido, ex-presidente do conselho, lamentou o que descreveu como “nefasta influência política” sobre o conselho e criticou os “frequentes, detalhados e tendenciosos vazamentos à imprensa”. No entanto, ele acabou recuando após ser contestado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Agora, com Gustavo Pimenta no comando, a Vale se prepara para uma nova fase, tentando equilibrar as pressões externas e internas enquanto busca consolidar sua posição como líder global na mineração sustentável. E mais: Câmara aprova crédito de R$ 12 bi no orçamento de 2024 para ações no Rio Grande do Sul. Clique AQUI para ver. (Foto: divulgação; Fonte: Folha de SP)

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