A África pode ser dividida em duas partes pela formação de um novo oceano em um futuro distante, segundo pesquisadores europeus. Duas grandes seções do continente estão se afastando, o que pode resultar na criação de um novo corpo de água. Países sem litoral, como Uganda e Zâmbia, poderiam ter suas próprias costas em milhões de anos.
A formação do ‘Rift da África Oriental‘, uma fenda de 35 milhas nos desertos da Etiópia em 2005, marcou o início da criação de um novo mar. Os dados sísmicos foram apresentados na revista especializada Geophysical Research Letters, na semana passada, demonstrando que a formação da fenda foi impulsionada por processos tectônicos semelhantes aos que ocorrem no fundo do oceano.
A rachadura foi identificada como estando na borda de três placas tectônicas que já se distanciam há algum tempo: a africana núbia, a africana somali e a árabe. Esses tipos de mudanças tectônicas também foram observados na criação do Mar Vermelho e do Golfo de Aden entre a África Oriental e a Ásia Ocidental.
O rastreamento por GPS mostra que os movimentos de terra entre essas placas tectônicas ocorrem continuamente em taxas diferentes, com a placa arábica se afastando da África a um ritmo de uma polegada por ano. Assim, segundo o estudo, o Mar Vermelho e o Golfo de Aden inundarão a região de Afar e o Vale do Rift da África Oriental e se transformarão em um novo oceano. Então, a parte da África Oriental se tornará um continente separado.
Assim, em 5 a 10 milhões de anos, as mudanças nos EARS podem resultar em um mundo de aparência drasticamente diferente. Nesse período, é provável que as futuras gerações vejam um novo oceano se formar entre a placa da Somália e a placa da Núbia. O grande continente da África perderá seu ombro oriental e um vasto mar cortará a África Oriental.
Por mais estranho que pareça, vale lembrar que a superfície da Terra está em constante estado de fluxo; é tão lento que a experiência humana não pode detectar mesmo hoje em dia.
Como se sabe, a aparência do mundo como o conhecemos é relativamente ‘nov’a. A terra e o mar que vemos hoje – da Eurásia, das Américas, da África, da Antártica e da Oceania – são o produto de vastas placas tectônicas que se encaixam como um quebra-cabeça. Muito lentamente, no entanto, essas peças de quebra-cabeça se movem em uma escala de tempo de milhões de anos.
A Terra, há cerca de 138 milhões de anos, teve a América do Sul e a África se dividindo. Quando se olha para a costa oeste da África e a costa leste da América do Sul, notará que elas se encaixam como duas peças de quebra-cabeça, destacando lindamente como esses continentes já foram unidos como um. A partida da África Oriental será apenas mais uma página neste gigante livro de histórias geológicas. Quem sabe se a humanidade estará por perto para ver alguma dessas mudanças, mas não parece muito esperançoso.
Alarme falso
Em 2018, as notícias de uma rachadura surgindo no Quênia viralizaram, com muitos alegando que isso era uma evidência de que a África havia se partido em duas diante dos olhos da humanidade. Embora esta cena surpreendente esteja relacionada com os EARS, ainda não é consenso que aquele fato tratava-se de grande divisão da África.
Os cientistas apontaram que, provavelmente, aquilo era apenas uma expressão altamente localizada da atividade regular de rifting do vale (uma fenda). Aquela região está há cerca de 25 milhões de anos se movimentando, e a rachadura no Quênia foi um um grande reflexo do que está ocorrendo no continente. Veja abaixo!