“Se era tão fácil, por que não foi lá e prendeu?”, dispara Coronel a senador petista na CPMI

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O depoimento na ‘CPMI do 8 de Janeiro’, ontem (26), do coronel Jorge Eduardo Naime trouxe diversos esclarecimentos a respeito de seu trabalho desde a montagem dos acampamentos em frente aos quarteis até a sua prisão, passando, evidentemente, pelos atos de 8 de Janeiro.

Preso desde fevereiro, o militar negou ter responsabilidade no episódio. Logo no início do depoimento, ele disse não saber por que está preso, reforçou que estava de folga no dia do ataque às sedes dos três Poderes e relatou que voltou à ativa no dia 8 após ser convocado. Enquanto alguns parlamentares apontaram que Naime teria sido omisso no episódio do ataque aos prédios públicos, outros afirmaram que ele seria um “preso político”.

O vice-presidente da CPMI, senador Magno Malta (PL-ES), criticou o fato de o coronel Naime estar preso há seis meses “sem saber a razão”. Magno Malta criticou a tentativa de alguns parlamentares de indicar o ex-presidente Bolsonaro como “autor intelectual” das manifestações de janeiro. O senador ainda sugeriu levar à CPMI o governador do DF, Ibaneis Rocha, para falar do que foi combinado sobre as férias do então secretário de segurança, Anderson Torres.

“Quem sabe qual o acordo que ele fez com o Ibaneis para sair de férias é o Ibaneis. Não é que ele [Anderson] entrou, trabalhou seis dias e saiu de férias. De longe, longe, essa ilação é muito fraca, ela é até deprimente, ela é frágil demais. Ninguém precisa ter argumento ou capacidade de entrar na mente dos outros para destruir uma narrativa tão fútil, tão pequena e tão desnecessária”, disse.

O senador petista Fabiano Contarato (PT-ES) afirmou que os acampamentos em frente aos QGs estavam em frente aos quartéis desde o início de novembro e questionou a atuação da Polícia Militar sobre a situação. Ele ainda citou que eram 10 comandantes de férias diante de uma “situação crítica”. E afirmou que o ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar tem responsabilidade por omissão:

“O senhor fala aqui que presenciou e sabia que tinha prática de crime dentro do acampamento, o senhor falou que foi o epicentro do que aconteceu. O que a Polícia Militar fez? Preste atenção. O que a Polícia Militar fez? Escoltou os criminosos por 7,4 quilômetros, por 1 hora e 36 minutos, sem fazer absolutamente nada. […] A sua omissão é penalmente relevante. O senhor afirmou que, lá no acampamento, tinha prática de crime, e o senhor não fez nada; fala que teve resistência do Exército e o senhor se acovardou, se apequenou e nada fez? E depois, veio escoltando?”, disse o petista.

A resposta do Coronel, porém, foi bastante ‘diretaa’. Ele disse a Contatarato que “se qualquer um podia prender, se era tão fácil prender, por que o senador não foi lá e prendeu?”.

 


Fonte e foto: Agência Senado

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