Com o lema “Contra a fome e a escravidão: por Terra, Democracia e Meio Ambiente!”, o MST inicia, nesta segunda-feira (17), o que o grupo chama de ‘Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária’, mês em que aconteceu o conflito em Eldorado dos Carajás.
Anunciado como um grande evento pelo grupo, a ação acontece em todo o país, de 17 a 20 de abril, com invasões de terras, marchas, ‘vigílias’, ações de solidariedade e a realização de ‘acampamentos pedagógicos de formação’, envolvendo as famílias assentadas e acampadas nas cinco regiões do país.
Segundo o MST, as ações têm como objetivo reafirmar o ‘compromisso da luta contra a fome, a escravidão, todas as formas de opressão e violência, trazendo para o centro da luta política a questão do acesso à terra e da Reforma Agrária’.
Ao menos nove fazendas e sedes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de pelo menos sete estados foram tomadas por integrantes do MST. As invasões começaram no sábado (15), quando o movimento invadiu a área de oito fazendas em Pernambuco. Em nota, o MST alegou que as fazendas são ‘latifúndios improdutivos’.
Uma das fazendas invadidas em Petrolina (PE) pertence à Empraba (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). O órgão federal divulgou comunicado afirmando que a invasão aconteceu em terras agriculturáveis e de preservação da caatinga, onde são realizados experimentos e multiplicação de material genético de sementes e mudas de plantas.
Ainda segundo a Embrapa, a invasão das terras pode comprometer a vida de animais ameaçadas de extinção que são preservados na área, além de prejudicar as pesquisas realizadas no local.
Na manhã desta segunda-feira (17), cerca de 400 acampados e assentados do movimento ocuparam a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na capital mineira. O grupo de extrema esquerda ‘reivindica’ maior celeridade no processo de nomeação do superintendente do órgão, retomada do processo de vistoria e desapropriação de terras, cadastramento das mais de 3.000 famílias acampadas no estado e regularização das famílias assentadas.
Ainda segundo o MST, a ação ‘denuncia’ também as relações de trabalho análogo à escravidão, “presente na realidade do estado por parte dos grandes ruralistas do agronegócio, assim como os crimes das grandes mineradoras, e cobra uma resposta do não cumprimento da legislação em relação aos temas.”.
Também foram invadidas as sedes do Incra no Ceará e no Rio Grande do Sul, segundo comunicado pelo MST.
Fontes: MST; Metrópoles
Foto: MST divulgação