O terremoto que atingiu Turquia e a Síria já deixou mais de 25 mil mortos, segundo um novo balanço divulgado neste sábado (11). São, até o momento, 21.848 pessoas falecidas na Turquia, e 3.553, na Síria, desde segunda-feira (6), dia da tragédia.
No país turco, as equipes de resgate, exaustas, retiram um número cada vez menor de sobreviventes dos escombros do terremoto, cinco dias após a tragédia. A Turquia disse que cerca de 80.000 pessoas estavam no hospital, com mais de 1 milhão em abrigos temporários.
Já na Síria, o desastre atingiu mais fortemente o noroeste controlado pelos rebeldes, deixando muitos desabrigados pela segunda vez depois de já terem sido deslocados pela guerra civil em curso.
Na cidade de Antakya, no sul da Turquia, sacos com cadáveres estão pelas ruas e os moradores usavam máscaras contra o mau cheiro, enquanto se juntavam às equipes de resgate que ainda precisavam chegar a alguns prédios. “Há caos, escombros e corpos por toda parte”, disse morador à agência Reuters. Esse cidadão trabalhou durante a noite tentando falar com um professor universitário que pedia por ajuda embaixo dos escombros. Pela manhã, ele parou de responder.
O terremoto de magnitude 7,8 de segunda-feira, com vários tremores secundários poderosos na Turquia e na Síria, é o sétimo desastre natural mais mortal do mundo neste século, aproximando-se dos 31.000 mortos por um terremoto no vizinho Irã em 2003.
Com um número de mortos até agora na Turquia, é o terremoto mais mortal do país desde 1939. Mais de 3.500 morreram na Síria, onde os números não foram atualizados desde sexta-feira. E veja também: Crime hediondo não justifica pena de regime fechado, decide Fachin.
Resgates interrompidos
As equipes de resgate alemãs que ajudam na Turquia e o exército austríaco interromperam as operações de busca hoje (11), citando confrontos entre grupos não identificados. Quase 50 pessoas foram presas por saques, com várias armas apreendidas, informou a mídia local.
Um porta-voz do exército austríaco disse que confrontos entre grupos não identificados na província de Hatay deixaram dezenas de membros da ‘Unidade de Alívio de Desastres das Forças Austríacas’ buscando abrigo em um acampamento-base com outras organizações internacionais. “Há uma agressão crescente entre as facções na Turquia”, disse o tenente-coronel Pierre Kugelweis em comunicado. “As chances de salvar uma vida não têm relação razoável com o risco de segurança.”
A filial alemã do grupo de busca e resgate ISAR e a Agência Federal Alemã de Assistência Técnica (TSW) também suspenderam as operações, citando preocupações de segurança.
Em resposta, o ministério da defesa da Turquia disse que o exército do país interveio para oferecer proteção, permitindo que as operações de resgate fossem retomadas.