A ex-advogada e procuradora previdenciária Jorgina de Freitas, 71 anos, morreu na terça-feira (19), no Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Ela estava internada desde que sofreu um acidente de carro, em dezembro de 2021.
Jorgina comandou um esquema de desvio de verbas de aposentadorias que ficou conhecido como “escândalo da previdência”, a maior fraude da história da previdência social do país, descoberta na década de 1990. O prejuízo do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) chegou a quase R$ 2 bilhões, segundo a Advocacia-Geral da União anos atrás.
Durante as investigações chegou-se a um grupo com 20 fraudadores, que atuava na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, e que era formado por advogados, contadores e juízes. Jorgina de Freitas pertencia ao grupo, cuja maioria foi presa em julho de 1992, mas ela conseguiu escapar antes mesmo de a sentença ser proferida. Na época, foi condenada a 14 anos de prisão. A fraudadora ganhou fama pela sua fuga e pela capacidade de permanecer foragida por cinco anos. Ela passou por vários países, fez plásticas e, por fim, foi localizada na Costa Rica.
Em maio de 2010, foi condenada a devolver ao INSS mais de R$ 200 milhões desviados (convertidos para reais), e teve todos os bens bloqueados e autorizados a ir a leilão. Essa condenação também se estendeu a outros fraudadores. Jorgina foi solta em junho de 2010.