Morre Bira Presidente, fundador do Fundo de Quintal e Cacique de Ramos

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O samba brasileiro perdeu uma de suas maiores referências neste sábado (14). Aos 88 anos, Ubirajara Félix do Nascimento, conhecido nacionalmente como Bira Presidente, faleceu na Barra da Tijuca, na zona sul do Rio de Janeiro. A notícia foi divulgada em uma nota oficial publicada nas redes sociais do artista.

De acordo com o comunicado, Bira morreu no Hospital Unimed Ferj, onde estava internado em decorrência de complicações relacionadas a um câncer de próstata e ao avanço do Alzheimer.

O músico deixa um legado imensurável para a cultura brasileira e também sua família: as filhas Karla Marcelly e Christian Kelly, os netos Yan e Brian, e a bisneta Lua.

Figura central na fundação do Cacique de Ramos e um dos mentores do Fundo de Quintal, Bira foi peça fundamental na transformação das rodas de samba em um dos maiores movimentos culturais do país. Segundo nota da assessoria do Cacique de Ramos,

“Sua atuação no Cacique de Ramos moldou o bloco e o samba, o Doce Refúgio se tornou um espaço de referência cultural. No Fundo de Quintal, foi o ponto de partida de uma linguagem que redefiniu a roda de samba e inspirou gerações”.

A família ainda não divulgou informações sobre o velório e o sepultamento do artista, mas prometeu atualizações em breve.

O Fundo de Quintal nasceu nos anos 1970, no Rio de Janeiro, diretamente das rodas de samba organizadas no Cacique de Ramos, bloco fundado por Bira Presidente, Ubirany e Sereno em 1961. Com o tempo, o grupo se tornou uma referência incontestável do pagode, vertente do samba que ganhou força a partir da musicalidade inovadora trazida pelo conjunto.

Na formação mais recente, o Fundo de Quintal contava com Bira Presidente (pandeiro e vocais), ao lado de Sereno (tantã e vocais), Ademir Batera (bateria e vocais), Júnior Itaguay (cavaquinho e vocais), Márcio Alexandre (banjo e vocais) e Tiago Testa (repique de mão e vocais).

Nos anos 1960, antes mesmo da consagração, Bira, Ubirany e Sereno fundaram o Cacique de Ramos e começaram a realizar rodas de samba nas quartas-feiras na sede da agremiação, localizada na região da Leopoldina, zona norte do Rio. Esses encontros rapidamente se tornaram um ponto de efervescência do samba carioca.

A repercussão positiva dessas rodas chamou a atenção da cantora Beth Carvalho, que levou o grupo aos estúdios e ajudou a consolidar sua formação. Assim nasceu oficialmente o Fundo de Quintal, inicialmente com Bira Presidente, Ubirany, Sereno, Jorge Aragão, Almir Guineto, Sombrinha e Neoci.

O primeiro álbum, intitulado “Samba É No Fundo de Quintal”, foi lançado em 1980 pela gravadora RGE e produzido por Rildo Hora. O trabalho foi bem recebido pela crítica especializada, consolidando o grupo no cenário musical brasileiro.

No ano seguinte, 1981, o grupo sofreu importantes mudanças: Neoci faleceu, enquanto Almir Guineto e Jorge Aragão seguiram em carreira solo.

Mesmo assim, continuaram contribuindo como compositores. Para preencher as lacunas, entraram Arlindo Cruz e Walter Sete Cordas, reforçando a nova formação do álbum “Samba É No Fundo de Quintal Vol. 2”, também lançado pela RGE.

Com seu estilo carismático e talento marcante no pandeiro, Bira Presidente eternizou seu nome na história do samba. Mais do que um músico, ele foi líder, símbolo de resistência cultural e referência para inúmeras gerações de artistas. Sua ausência será sentida profundamente no cenário musical, mas seu legado continuará presente nas rodas de samba de todo o Brasil. (Foto: reprodução redes; Fonte: CNN)

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