O ministro Paulo Guedes afirmou, nessa quinta-feira (7), que o PIB do Brasil deve crescer na casa de 2% este ano. A previsão foi feita em sabatina realizada em fórum virtual realizado pelo Bradesco BBI, no Youtube. Na realidade, o chefe da pasta de economia diz que o crescimento poderia ser até maior, mas será afetado pela alta da taxa de juros, medida que o Banco Central acertadamente adotou para controlar a inflação após os reflexos na economia do pós-pandemia e da guerra na Ucrânia.
“O que nós vamos assistir esse ano são dois vetores. Esse vetor de crescimento [os investimentos] possivelmente faria o Brasil crescer 3%, 3,5%. Mas tem um vetor de desaceleração forte que foi o combate à inflação, os juros do Banco Central subindo. É um vetor de desaceleração cíclica forte. Então, em vez de crescer 3% ou 3,5%, vai crescer em torno de 2%”.
O número é bastante divergente do que vem apontando o mercado e a imprensa, mas o ministro vem afirmando que essas previsões se mostrarão erradas novamente, assim como foi em relação aos anos de 2019, 2020 e 2021. Guedes disse ainda que o mercado deve elevar as expectativas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) ao longo do ano. Hoje, o mercado estima uma alta de 0,5% do PIB em 2022, segundo o último Boletim Focus.
A divergência entre o que diz “os analistas” e o governo federal se dá, segundo Guedes, porque quem faz as “previsões” está ignorando os investimentos privados já contratados pela União por meio dos processos de desestatização, como concessões de portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, etc.
Em fevereiro, Guedes apontou: “Temos R$ 828 bilhões já contratados de investimentos. Estamos chegando a quase 20% do PIB (Produto Interno Bruto) de investimento, vindo lá de baixo. E, antes do fim deste governo (em 2022), teremos mais R$ 300 bilhões de investimentos em todos os setores”. O ministro diz, então, que “o crescimento está contratado”.
Entretanto, Guedes é bastante direito ao falar que a inflação, em 2022, deve ultrapassa o teto da meta, o que significa que deve ficar acima dos 5%. O ministro afirma que esse é um problema mundial, causado por reflexos da covid-19 e conflito no Leste da Europa.
Contudo, assim como já havia dito em entrevista a uma emissora americana, ele aponta que o Banco Central por aqui agiu mais rápido que o de outros países no combate à alta dos preços. Por isso, afirmou que “a qualquer momento a inflação pode começar a ceder”. “Os bancos centrais do mundo inteiro dormiram no volante. O nosso acordou primeiro”, afirmou Guedes.
Assista, abaixo, à sabatina do Ministro Paulo Guedes