O ministro dos Direitos Humanos, Silvio de Almeida (foto), enfrenta acusações de assédio sexual feitas por diversas mulheres, incluindo, segundo reportagens da mídia, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Os relatos foram divulgados em uma nota da organização Me Too Brasil, que, embora não mencione o nome de Anielle, teve a acusação associada a ela em veículos como Metrópoles, Folha de S.Paulo e O Globo.
De acordo com a Me Too Brasil, a denúncia foi inicialmente recebida pela coluna do jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, para confirmar a veracidade das acusações. Clique AQUI para ver a reportagem na íntegra.
A divulgação ocorreu após as vítimas darem consentimento, mantendo os detalhes em sigilo. A organização informou que as mulheres foram assistidas por meio de seus canais de atendimento, recebendo suporte psicológico e jurídico.
Conforme informações publicadas pelo Metrópoles, os supostos atos de assédio do ministro incluiriam toques nas pernas da ministra Anielle, beijos inapropriados durante cumprimentos e expressões de teor sexual.
O portal também afirma que o caso chegou à Controladoria Geral da União (CGU), responsável por investigar casos de assédio no funcionalismo público federal. No entanto, não há informações claras sobre eventuais medidas adotadas até o momento.
A publicação ainda menciona que vários membros do governo, incluindo ministros e assessores, além de pessoas próximas a Anielle Franco, já estariam cientes das acusações. A Controladoria não se pronunciou oficialmente sobre o caso até o presente momento.
O silêncio da ministra
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Anielle Franco relatou os casos de assédio a “diversos integrantes do governo”. Ainda segundo o periódico paulista, a ministra não queria que o caso prejudicasse o governo Lula.
A Folha afirma, ainda, que pessoas próximas a Silvio Almeida passaram os últimos dias desmentindo as acusações de assédio sexual e afirmam que o ministro é perseguido por membros do governo federal, que teriam a intenção de derrubá-lo do cargo.
Segundo informações do analista de política da CNN Caio Junqueira, o Planalto avalia:
– uma possível demissão;
– o afastamento temporário do ministro até que a apuração termine.
Segundo reportagem da CNN, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que as denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, são graves e o chamou para prestar esclarecimentos nesta quinta-feira (5).
“O governo federal reconhece a gravidade das denúncias. O caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”, disse o Planalto em nota oficial.
Almeida foi ouvido pelo ministro da Controladoria-Geral da União, Vinicius Carvalho, e pelo advogado-geral da União, Jorge Messias.
O que diz Silvio Almeida
Por meio de nota, o ministro Silvio Almeida diz “repudiar com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra” ele. Alegou ainda que as denúncias não têm “materialidade” e são baseadas em “ilações”. Afirma ainda que o objetivo das acusações são lhe “prejudicar” e “bloquear seu futuro”.
Leia a nota na íntegra e, em seguida, confira vídeo de Silvio Almeida sobre o caso: “Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país.
“Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro.
“Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro.
“Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso.
“As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram “denunciação caluniosa”. Tais difamações não encontrarão par com a realidade. De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias.
“Quaisquer distorções da realidade serão descobertas e receberão a devida responsabilização. Sempre lutarei pela verdadeira emancipação da mulher, e vou continuar lutando pelo futuro delas. Falsos defensores do povo querem tirar aquele que o representa. Estão tentando apagar a minha história com o meu sacrifício.” (Foto: EBC; Fontes: Metrópoles; Poder360; CNN)
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