Um integrante do alto escalão do governo federal aproveitou uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) em janeiro para realizar uma rápida viagem entre o litoral da Bahia, onde descansava com a família, e Brasília.
O deslocamento, revelado pelo UOL, ocorreu para atender a uma convocação inesperada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e levantou debates sobre o uso de recursos públicos.
O responsável pela pasta das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), foi o protagonista dessa operação. Ele precisou comparecer a uma reunião no Palácio do Planalto no dia 10 de janeiro, marcada para discutir as novas políticas de moderação de conteúdo da Meta, tema que gerou ampla repercussão global.
Segundo o ministro, a urgência do chamado presidencial, feito na noite do dia 9, justificou o pedido do avião militar, já que não havia opções de voos comerciais capazes de garantir sua chegada a tempo. Após o encontro, que durou cerca de duas horas, ele retornou à Bahia no mesmo dia, novamente utilizando uma aeronave da FAB, para retomar suas férias em Porto Seguro.
A legislação permite que ministros usem aviões da FAB em casos de emergência médica, questões de segurança ou compromissos oficiais. Apesar de estar em período de descanso durante todo o mês de janeiro, Juscelino foi chamado para o debate em Brasília com outros membros do governo.
No documento enviado à Aeronáutica para requisitar o transporte, seu gabinete destacou a falta de alternativas viáveis. “Em consulta às companhias aéreas, não foi encontrada possibilidade de voo comercial que chegue a tempo do cumprimento da referida agenda, considerando que o ministro das Comunicações encontra-se em Trancoso/BA”, diz o ofício.
O aviso da reunião partiu do próprio Lula, que na manhã do dia 9 anunciou publicamente a intenção de discutir o assunto. Para preparar o ministro, um assessor o acompanhou no voo que partiu de Brasília rumo a Porto Seguro, levando informações atualizadas sobre o tema. Encerrado o compromisso na capital, Juscelino embarcou novamente em um jato da FAB para retornar ao litoral baiano, onde continuou aproveitando o recesso.
O Ministério das Comunicações defendeu a viagem como uma demanda oficial, alegando que o uso da aeronave foi imprescindível diante da “necessidade de deslocamento imediato”.
A pasta, no entanto, não esclareceu por que o ministro optou por um voo militar para voltar à Bahia, já que não havia urgência no retorno e existiam opções comerciais disponíveis em outros dias. A situação gerou questionamentos sobre os critérios para o uso de recursos públicos em circunstâncias como essa. E mais: Luta de Felipe Massa por reconhecimento de título de F1 avança em Londres. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: UOL)
