No sábado (11), o Ministro Ricardo Lewandowski participou de evento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), localizada em Guararema, São Paulo. Segundo a organização, a pautar do encontro foi “ reafirmar a defesa da Democracia e da Participação Popular no Brasil”.
O evento contou com a participação também da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), o Sindicato dos Advogados de São Paulo, o Conselho Nacional de Justiça e o Transforma MP, entre outros.
Lewandowski é ministro do Supremo Tribunal Federal desde 16 de março de 2006, tendo presidido a Corte entre 2014 e 2016. Ele exerceu também a função de presidente do Senado Federal para fins do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Presente no evento, João Pedro Stedile “reforçou a importância da participação popular”, com os Comitês Populares para reconstruir o país. “Para nos posicionarmos na luta de classes, que será difícil, a participação popular é a solução. Nós achamos que os Comitês Populares são uma forma importante de seguir organizando o povo e a militância. Para que nossa militância seja o fermento da massa. Lula e a sua vitória abriu a porta, mas temos um longo caminho pela frente que só será resolvido com luta popular”.
A Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), do MST, recebe hoje (11), o Ministro Ricardo Lewandowski para discutir com juristas de movimentos e organizações populares de todo Brasil a defesa da democracia e a garantia da participação popular. 🎥 Wesley Lima #MSTRumoAos40Anos pic.twitter.com/mAOMrqH2gC
— MST Oficial (@MST_Oficial) February 11, 2023
O Ministro Lewandowski questionou o pronome de tratamento ‘excelência’ utilizado ao se referir a ele: “Quero começar dizendo que muitos me chamaram de excelência, mas quero dizer que excelência é o povo brasileiro. Visitando a Escola do MST percebi do que é capaz o povo organizado. E a escola é um exemplo disso.”
Em sua fala, ele tratou a respeito de ‘visão de mundo’: “Tudo muda, tudo se transforma, mas é preciso que tenhamos um norte, valores, princípios e uma visão de mundo, ou uma ideologia. O que nos une é uma visão de mundo comum. Uma visão na qual o povo é dono do seu destino, com o objetivo de construir uma sociedade mais justa, igualitária e mais fraterna.”
Lewandovski também reclamou da democracia sem participação: “Essa democracia na qual nenhum de nós se sente representado é atravessada por crises que possuem raízes profundas no sistema político. Hoje, a democracia é composta por alguns, que representam outros”, disparou.
“Quando falamos que a democracia está em crise […], estou dizendo que a ideia de democracia, do povo participando da coisa pública, é um ideal vivo e que precisa ser construído por todos nós.” Lewandowski, ao final de sua fala, sintetizou a ideia de democracia em termos práticos, como a “defesa dos direitos fundamentais em suas várias dimensões”.