O Ministério da Saúde se manifestou sobre a prioridade no transplante de coração ao apresentador Fausto Silva. Ele recebeu o novo órgão nesta tarde (27), em São Paulo, no hospital Albert Einstein.
Segundo a pasta, Faustão foi “priorizado na fila de espera em razão de seu estado muito grave de saúde”.
O hospital informou, em boletim médico, que foi acionado pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo na madrugada deste domingo, “quando foi iniciada a avaliação sobre a compatibilidade do órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B”.
Ministério da Saúde informa que, na última semana, entre 19 e 26 de agosto, foram realizados 13 transplantes de coração no país, sendo sete no estado de São Paulo, unidade da federação com maior volume de transplantes.
Neste domingo (27), “mais um paciente na capital paulista foi contemplado com um transplante cardíaco, neste caso, também priorizado na fila de espera em razão de seu estado muito grave de saúde – o apresentador Fausto Silva. Ele recebeu um coração após constatada a compatibilidade necessária para o procedimento, assim como os outros sete transplantados.”, diz o Ministério.
Segundo dados do governo federal, no primeiro semestre de 2023 foram realizados 206 transplantes de coração no Brasil, o que representa aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado.
“A lista para transplantes é única e vale tanto para os pacientes do SUS quanto para os da rede privada. A lista de espera por um órgão funciona baseada em critérios técnicos, em que tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados”, aponta.
De acordo com a nota, quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. “Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica”.
O Brasil tem o maior sistema público de transplantes de órgãos no mundo. A estrutura é gerenciada pelo Ministério da Saúde, “que assegura que cirurgias de alta complexidade sejam realizadas para pacientes da rede pública e privada, em situação de igualdade”.
Em entrevista à CNN neste domingo, o presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgaos (ABTO), o nefrologista Gustavo Fernandes Ferreira, afirmou que o tempo para que Faustão recebesse um coração após ter entrado na fila de espera de transplantes mostra que “os critérios de alocação de órgãos no Brasil funcionaram.
Isto porque, disse ele, no caso do coração, a gravidade do paciente na espera é um dos principais critérios para decisão no direcionamento do órgão. “Há critérios específicos de alocação de órgãos por gravidade”, disse o presidente da ABTO.
“Demonstra que o sistema brasileira funciona, quando uma pessoa que está efetivamente necessitando, no caso do coração, que tem critérios de priorização no transplante, tenha conseguido chegar a transplantar.”
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