O novo presidente da Argentina, Javier Milei, proferiu um discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, nesta quarta-feira, 17, defendendo veementemente o funcionamento dos mercados e a redução do papel do Estado.
Ontem (16), aos jornalistas, o libertário havia prometido um discurso neste sentido afirmou que o objetivo de sua fala em Davos seria “plantar as ideias da liberdade”. Afirmou também que a “a única coisa que a agenda socialista trará é miséria para o mundo”.
Hoje (17), durante o evento na Suíça, que congrega líderes governamentais e empresariais globais, Milei criticou severamente o socialismo e outros modelos econômicos associados à esquerda.
“O Ocidente está em perigo porque os que têm de defendê-lo encontram-se cooptados por uma visão do socialismo”, alertou o presidente argentino.
“Quando adotamos o modelo da liberdade, em 1860 por 35 anos nos convertemos em potência mundial. Quando abraçamos o coletivismo, vimos como nossos cidadãos começaram a empobrecer até cair à posição 140 do mundo”, acrescentou Milei. E prosseguiu: “O socialismo é um modelo empobrecedor que fracassou nos aspectos econômico, social, cultural e ainda ceifou milhões de vidas humanas.”
Milei direcionou críticas contundentes àqueles que defendem uma maior distribuição de riqueza na sociedade, declarando não enxergar “maiores diferenças” entre diversas linhas políticas, como a social-democracia, a democracia cristã e os progressistas. “A justiça social não soma ao bem-estar geral”, enfatizou.
“Todos. Não há diferenças substanciais. Socialistas, conservadores, comunistas, fascistas, nazistas, social-democratas, centristas. Eles são todos iguais. Os inimigos são todos aqueles onde o Estado se apodera dos meios de produção”, disse, deixando o público de boca aberta. Um público que, contrariamente ao esperado, não lotou o grande auditório do Fórum, onde metade das bancadas estavam vazias.
O presidente libertário argumentou que a geração de riqueza ocorre de maneira mais eficaz por meio dos mercados livres, defendendo a redução das funções estatais para fomentar a prosperidade.
“O capitalismo é a única ferramenta que temos para acabar com a fome e a indigência no planeta. Não se deixem amedrontar pela casta política nem pelos parasitas que vivem do Estado”, afirmou Milei. Ele elogiou os empresários como heróis e “benfeitores sociais”.
Em dezembro, mês de sua posse, a inflação no país ultrapassou 200% ao ano, talvez o pior legado de anos de socialismo, ultimamente na figura de Alberto Fernández.
O novo presidente assinou um decreto visando desregulamentar a economia argentina e encaminhou ao Congresso um extenso pacote de leis para modificar regras e ampliar seus poderes para lidar com a crise.
Esta é a 1ª viagem internacional do mandatário argentino desde a sua posse, em dezembro de 2023. Durante sua passagem pela Europa, Milei teve encontro com a diretora do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristralina Georgieva. O governo argentino negocia o pagamento do empréstimo de US$ 44 bilhões adquirido junto ao órgão.
Milei também teve um encontro com David Cameron, primeiro-ministro do Reino Unido, descrevendo a reunião como “excelente” e afirmando que os britânicos darão apoio à Argentina em questões relacionadas ao FMI. Assista abaixo a um trecho da discurso e, em seguida, à fala completa do argentino traduzida para o inglês pelo canal de Davos no Youtube (fonte: Exame).
“O capitalismo é a única ferramenta que temos para combater a fome, a pobreza e a indigência em todo o planeta”, diz Javier Milei, presidente da Argentina, em discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
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No Fórum Econômico Mundial, Javier Milei diz que o modelo que está propondo para a “Argentina do futuro” se baseia em princípios do liberalismo, como o mercado livre, sem intervenção do Estado: “O empresário de sucesso é um benfeitor social que não se apropria da riqueza alheia,… pic.twitter.com/0t9Aqc7MEW
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