Nesta sexta-feira (28), o presidente da Argentina, Javier Milei, colocou em dúvida a necessidade de se desculpar com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ter chamado o presidente brasileiro de “corrupto” e “comunista” durante sua campanha eleitoral.
Em entrevista ao canal La Nación +, Milei desafiou a exigência de desculpas, questionando: “Qual é o problema de chamá-lo de corrupto? Ele não foi preso por isso? E o que eu disse… comunista? Não é verdade que [Lula] é comunista? Desde quando se deve pedir perdão por dizer a verdade? Ou estamos tão obcecados pela correção política que não se pode dizer nada contra a esquerda, mesmo quando é verdade?”.
Milei considerou a questão das desculpas como uma “discussão tão pequena, parece discussão de pré-adolescentes”. Ele reafirmou a veracidade de suas afirmações e enfatizou que os interesses dos argentinos e brasileiros são mais importantes do que “o ego inflado de algum esquerdinha [‘zurdito’, em espanhol]”. Veja abaixo!
– Laje: Lula exigiu que pedisse desculpas.
– @JMilei: Desde quando tenho que pedir desculpas por dizer a verdade? Foi preso por corrupção e é comunista.
✅Verdade!👏👏👏👏👏👏 pic.twitter.com/FhDyYQLNgZ
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) June 28, 2024
Durante esta semana, em entrevista ao UOL, Lula comentou que não conversou com Milei porque ele “falou muita bobagem” e, por isso, esperava um pedido de desculpas do presidente argentino para ele e para o Brasil.
Milei comparou suas críticas a Lula com as trocas de acusações que teve com o presidente colombiano Gustavo Petro e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez. Este último retirou definitivamente sua embaixadora de Buenos Aires após um episódio de insultos mútuos.
Quando o jornalista destacou que as motivações eram diferentes, visto que um ministro de Sánchez havia insinuado que Milei usava drogas durante a campanha antes do insulto de Milei à esposa do espanhol, o presidente argentino rebateu dizendo que Lula “fez coisas parecidas (…) se metendo ativamente na nossa campanha eleitoral”.
Milei argumentou que a campanha negativa conduzida pelo ex-candidato Sergio Massa, com o apoio do Brasil, foi agressiva: “Você acha que a campanha negativa que o [ex-candidato Sergio] Massa fez contra mim, impulsionada pelo Brasil, não foi agressiva? (…) Vão me pedir desculpas pela quantidade de mentiras que disseram durante toda a campanha? Os que mentiram exigem que o outro peça perdão porque disse a verdade?”, questionou.
O presidente argentino referia-se aos marqueteiros do Partido dos Trabalhadores, contratados pela campanha de Massa, e chegou a acusar os brasileiros de colocarem pessoas para tossir na plateia do debate, a fim de desconcentrá-lo.
Esta foi a primeira vez que Milei respondeu diretamente ao pedido de desculpas feito por Lula. Anteriormente, quando questionado sobre o assunto, o porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, afirmou que Milei não fez nada do que deveria se arrepender.
Milei e Lula ainda não realizaram uma reunião bilateral desde a posse do argentino, em dezembro. Na ocasião, Lula enviou seu ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para representá-lo. Na cerimônia, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), convidado por Milei, sentou-se em um lugar de destaque, ao lado de outros presidentes presentes.
Em abril, Milei enviou uma carta informal por meio de sua chanceler, Diana Mondino, que se encontrou com Vieira em Brasília, propondo um encontro bilateral devido à importância das relações econômicas entre os países. E mais: Alexandre de Moraes derruba sentença de juiz contra decisão de Alexandre de Moraes. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: CNN)