O ex-ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello manifestou críticas à atuação da Corte na operação da PF (Polícia Federal) que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-integrantes de seu governo. Segundo Marco Aurélio, a decisão do ministro Alexandre de Moraes foi considerada “extremada”.
Em entrevista à Veja, ele expressou: “Isso (as investigações) está sendo tocado de forma muito abrangente, o que implica desgaste para a instituição do Supremo. É hora de temperança, de se presumir não o excepcional, mas o corriqueiro, o ordinário. Não podemos partir do pressuposto de que todos são salafrários”. O magistrado classifica as medidas adotadas como “extremadas”.
Para Marco Aurélio, as diligências autorizadas por Alexandre de Moraes, relator do inquérito das ‘milícias digitais’, foram excessivamente amplas. “No direito, há uma máxima: o meio justifica o fim, e não o fim ao meio. Ato de constrição (medida judicial mais invasiva) não serve para saber se houve crime ou não. Ele parte de indícios de crime, indícios veementes, que devem ser indispensáveis à investigação”, pontuou o ex-ministro.
Apesar de ter se aposentado do Supremo em 2021, Marco Aurélio continua opinando sobre questões jurídicas. Ele ressaltou: “Uma busca e apreensão na casa de um cidadão enxovalha o perfil dele. Vamos apurar sem açodamento”, declarou à VEJA.
A operação realizada na última quinta-feira executou 33 mandados de busca e apreensão e quatro ordens de prisão contra 26 alvos, a maioria deles militares. Entre os detidos, encontra-se o ex-assessor para assuntos internacionais, Felipe G. Martins.
Segundo a decisão de Moraes, que acatou o pedido da PF para a realização da operação, os investigados estariam envolvidos em um suposto esquema que planejava um “golpe de Estado”. E mais: Ivete Sangalo chora e diz que pode encerrar trio após sequência de problemas técnicos. Clique AQUI para ver. (Foto: STF)