O Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência, inaugurou, na terça-feira (13), a primeira unidade piloto do Projeto Água Atmosférica, que está instalada na Escola Municipal de Educação Básica Antônio Rodrigues Damasceno, localizada no município de Santana do Ipanema (AL), que fica cerca de 200 km da capital, Maceió.
O projeto consiste em avaliar o impacto na saúde da comunidade escolar, a partir do fornecimento de água que provém do ar, ou seja, das máquinas transformam a umidade do ar em água potável.
Desde setembro deste ano, três máquinas foram instaladas e operam na escola alagoana. Juntas, podem produzir cerca de 1 mil litros de água por dia para abastecimento. A unidade escolar atende 300 alunos. Veja abaixo como funciona.
Ministério da Ciência e Tecnologia inaugurou, nessa terça-feira (13), em escola de Alagoas, projeto que capta água potável da umidade do ar. Cada máquina é capaz de produzir 300 litros de água por dia. pic.twitter.com/o5NSMnuUPl
— Direita Online (@direita_online) December 15, 2022
O “Água Atmosférica” também tem unidades em Retirolândia (BA), Monsenhor Tabosa (CE) e João Câmara (RN). No total, são dez máquinas, que foram doadas pela empresa israelense Watergen. Cada máquina pode gerar, em média, 350 litros de água por dia. Mas a quantidade produzida em cada localidade varia de acordo com a temperatura e a umidade relativa do ar.
A destinação dos equipamentos compôs uma ação integrada do Ministério da Ciência para gerar conhecimento sobre como adaptar a tecnologia para diferentes contextos de uso no semiárido brasileiro, que enfrenta escassez hídrica. “Espera-se que com esta implementação do projeto possamos obter resultados significativos na melhoria de aprendizado dos alunos e na qualidade de vida da comunidade escolar e priorizando sobretudo a saúde física e mental das crianças”, avalia o secretário do Ministério, Marcelo Morales.
Para a diretora do INSA/MCTI, Mônica Tejo Cavalcanti, implementar tecnologias utilizadas em outros países na região do semiárido é uma validação para possíveis alternativas em recursos hídricos, subsidiando políticas públicas para o País.
Na avaliação da prefeita de Santana do Ipanema, Christiane Bulhões, a inauguração é um momento importante para o município, que integra o grupo do projeto-piloto. “Vamos gerar muito mais do que água potável a partir da umidade do ar. Teremos mais saúde, educação, qualidade de vida e grandes aprendizados para toda a comunidade escolar”, afirmou Bulhões.
Diagnóstico – O projeto prevê avaliação da saúde em sete dimensões, considerando principalmente a qualidade da água, impacto da seca no fornecimento e a variação da incidência de doenças relacionadas água.
No diagnóstico preliminar da situação atual de escolas sem as máquinas, elaborado pela Fiocruz, identificou-se que todas as unidades escolares são abastecidas por meio de caminhões-pipa. Há reservatórios em desuso, destampados e com sujidades.
Em alguns casos, não é realizada análise da qualidade da água e foi identificada a presença de coliformes totais. Os pesquisadores identificaram que em todas as unidades foram diagnosticados casos de dor de barriga e sintomas característicos de doenças de veiculação hídrica, como olhos amarelados, dores abdominais, falta de apetite e enjoo, dores de dente, cárie e gengivite.
A boa notícia é que no diagnóstico intermediário, que até o momento foi realizado nas unidades do Rio Grande do Norte e em Alagoas, após a instalação das máquinas, observou-se que a água estava própria para o consumo humano somente nos bebedouros e reservatórios abastecidos pelo sistema Água Atmosférica.
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