Lula diz que valor do imposto sobre herança no Brasil “é nada, só 4%”

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Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nessa terça-feira (23) que o imposto sobre herança no Brasil, cuja alíquota varia de 2% a 8% a depender dos estados, é “nada, só 4%”. Segundo o líder petista, esse seria o motivo de haver menos doação de patrimônio por aqui em relação aos Estados Unidos.

O petista deu a declaração durante a cerimônia de celebração dos dez anos de atividades do campus Lagoa do Sino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em Buri (SP). O campus foi criado após o escritor Raduan Nassar doar o terreno de uma fazenda sua. O autor participou do evento do governo.

Para Lula, imposto mais alto sobre herança praticado nos EUA ‘estimula’ a doação a universidades e institutos. “Nos Estados Unidos, quando uma pessoa tem herança e ela morre, 40% da herança é paga de imposto. Uma fazenda dessa, se fosse vendida pelos herdeiros, 40% era de imposto. Então, nos Estados Unidos, como o imposto é caro, você tem muitos empresários que fazem doação de patrimônio para universidade, para instituto, para laboratório, para fundações”, afirmou Lula.

“Aqui, no Brasil, você não tem ninguém que faça doação porque o imposto sobre herança é nada, é só 4%. Então, a pessoa não tem interesse em devolver o patrimônio dela”, completou o petista. Assista abaixo!

 

O imposto sobre herança no Brasil tem alíquotas diferentes, que variam de 1% a 8%, de acordo com a unidade da federação. Nos Estados Unidos, o percentual é progressivo e varia de 18% a 40%.

O escritor Raduan Nassar doou em 2012 a maior parte de sua fazenda, chamada Lagoa do Sino, em Buri, no sudoeste de São Paulo, à Universidade Federal de São Carlos. Uma outra parte foi destinada a um funcionário de confiança de nome Nilton.

De uma família de imigrantes libaneses, Raduan Nassar nasceu em Pindorama, no oeste de São Paulo. Desde cedo, desenvolveu o gosto pela criação de animais. Após 20 anos com a família já com loja rica em São Paulo, passou um tempo no exterior.

De volta ao Brasil, inicia em Cotia, em SP, uma grande criação de coelhos. Deixa depois a criação para tocar uma empresa da família, até que tira um tempo para escrever ‘Lavoura Arcaica’, livro premiado traduzido para diversos idiomas.

Em 1984, beirando os 50 anos – e já um escritor consagrado, rompe com a literatura, não escrevendo mais. A partir daí, se dedica à fazenda Lagoa do Sino por mais de 30 anos.

“Depois de adquirir a Fazenda Lagoa do Sino, em 1984, mergulhei de cabeça na área rural. A fazenda encontrava-se abandonada, amplos espaços ocupados por grama batatais, e mesmo indaiá, o rasteiro. A lidar também com terra vermelha de campo, mista, um tanto mais pra argilosa”, disse ele em 2012 para o portal Globo Rural.

“Os primeiros tempos foram muito difíceis, erros foram cometidos acompanhados de prejuízos. Poucos anos depois, contava com ótima equipe. Além de contínuas correções do solo, com calagem, incorporação de matéria orgânica, inclusive esterco frio de galinha, além de nutrientes químicos, a coisa começou a engrenar, a ponto de chegarmos a índices de produtividade em grãos entre os melhores da região”, explicou à época. (Fotos: reprodução vídeo; Palácio do Planalto; Fontes: Veja; G1; Globo Rural)

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