Lula diz que nem seus Ministros sabem o que seu governo faz: “o povo, muito menos”

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Durante a celebração do aniversário do Partido dos Trabalhadores (PT) no Rio de Janeiro, neste sábado (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou frustração com a falta de sintonia dentro de seu próprio governo. Assista ao fim da reportagem!

Às vésperas de uma ‘reforma ministerial’ e em meio a sinais de queda forte em sua popularidade, ele apontou que até mesmo os integrantes de sua equipe desconhecem as ações realizadas pela administração.



A declaração veio acompanhada de uma análise sobre uma reunião ministerial recente, na qual Lula percebeu falhas de comunicação. “Descobri na reunião que o ministério do meu governo não sabe o que estamos fazendo. Se o ministério não sabe, o povo muito menos”, disparou o presidente.

O evento marcou também a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade, que, segundo informações da Folha de S.Paulo, será substituída por Alexandre Padilha, atual chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI).



A troca deve ser formalizada na próxima terça-feira (25), de acordo com o veículo, em um encontro entre Lula e Nísia, dando início às alterações planejadas pelo núcleo central do governo.

Na véspera, sexta-feira (21), ele já havia admitido que “de vez em quando a gente erra” ao escolher sua equipe. No discurso ao PT, ele evitou mencionar diretamente a recente substituição na Secretaria de Comunicação Social (Secom), agora sob comando do marqueteiro Sidônio Palmeira, mas reforçou que a partir de agora “não tem mole” e que “não haverá mais mentiras contra o governo”.



A mudança na Secom reflete a insatisfação de Lula com a baixa aprovação popular, que, em sua visão, não condiz com avanços como o crescimento do PIB e a redução do desemprego.

Em tom otimista, Lula aproveitou para tranquilizar os presentes sobre sua saúde após um acidente doméstico em que caiu e bateu a cabeça. “Graças a deus, o Lulinha tá 100% curado da cabeça”, declarou.

Ele também direcionou críticas ao mercado financeiro, aos Estados Unidos e às grandes empresas de tecnologia, enquanto defendeu a atuação da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, cotada para assumir um cargo no novo ministério, e da primeira-dama, Janja, que, segundo ele, tem sido alvo de ataques da oposição.



Sobre o futuro do PT, Lula cobrou uma renovação na forma de fazer política. “Precisamos voltar a discutir política dentro da fábrica, nos locais de trabalho da cidade e do campo. É preciso voltar a dialogar com a periferia, percorrer o Brasil, dialogar com as igrejas, ocupar de novo as ruas. Se a gente só aparece de quatro em quatro anos para pedir voto, seremos igual a todos os partidos políticos desse país”, alertou. Ao falar de Janja, ele a incentivou a seguir em frente apesar das críticas.

“Ou você para de fazer o que você gosta, eles vão parar de incomodar, ou você continua falando até eles perceberem que não vão mudar a sua ideologia, não vão mudar o seu pensamento. Isso é uma guerra”, afirmou.



Lula também teceu elogios a Gleisi Hoffmann, destacando sua liderança à frente do partido. “O bom presidente do PT é aquele que saiba falar com as pessoas de dentro do partido. Não tem ninguém dentro do partido que tenha a capacidade de presidir o PT como a Gleisi”, disse. E completou:

“Se não fosse você eu não sei se a gente teria um homem que aguentaria a barra que você aguentou defendendo o PT”. O discurso revelou um presidente determinado a ajustar os rumos de sua gestão e fortalecer o PT para os desafios à frente.



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