Durante sua chegada a Calgary, no Canadá, para a cúpula do G7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o grupo que reúne algumas das principais economias do mundo não tem mais razão de ser.
Para ele, o G20, fórum mais amplo e diverso, já cumpre o papel de articulação global de maneira mais eficaz. “Acho que, no fundo, o G7 nem precisa mais existir”, declarou o petista. A fala foi feita na chegada ao hotel onde Lula se hospedará para participar das reuniões com líderes internacionais.
Questionado pela CNN sobre a sugestão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reintegrar a Rússia ao grupo — proposta que implicaria o retorno de Vladimir Putin ao antigo G8 —, Lula evitou se aprofundar sobre o tema específico, mas defendeu o G20 como instância mais legítima.
“O G20 tem mais densidade humana, tem mais densidade econômica. Ele é mais importante porque representa um espectro mais amplo da comunidade internacional”, afirmou o presidente, reforçando que o G7 é um fórum limitado aos “primos ricos”, em referência às nações mais industrializadas do planeta.
O G7 é composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. A Rússia integrava o grupo até 2014, quando foi suspensa após a anexação da Crimeia. Desde então, o G8 voltou a ser G7, mas com tensões diplomáticas cada vez mais evidentes no cenário global, principalmente após o início da guerra na Ucrânia.
Lula relembrou que o G7 surgiu em meio à crise do petróleo, nos anos 1970, e classificou os encontros como uma forma das potências manterem seus laços tradicionais. “Eles não querem parar de se reunir, mas todos também participam do G20”, observou, em tom crítico.
Apesar de questionar a necessidade da existência do grupo, o presidente destacou que tem sido presença constante nos encontros. Segundo ele, desde seu primeiro mandato, em 2003, já recebeu nove convites para participar das cúpulas. “Eu participo para não dizer que recuso a festa dos ricos”, disse, em tom bem-humorado.
Em outro momento, Lula preferiu não comentar a recente decisão da Câmara dos Deputados que aprovou o regime de urgência para um projeto que pode barrar o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Mesmo após ser questionado mais de uma vez sobre o tema, o presidente evitou se posicionar sobre o decreto do governo que promove a elevação da alíquota. (Foto: reprodução; Fonte: CNN)
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