De forma inesperada, Lula demite comandante do Exército

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Lula decidiu demitir neste sábado (21.jan.2023) o comandante do Exército, o general Júlio César Arruda, 62 anos. Até o início da noite deste sábado (21), o governo federal ainda não havia feito o anúncio oficial. Entretanto, veículos como UOL e Poder360 já confirmam a saída do General, exonerado de forma inesperada pelo petista.

O Poder360 apurou que Lula ligou para o ministro da Defesa, José Múcio, às 6h da manhã deste sábado. Os 2 concordaram que Arruda deveria ser demitido. Ás 10h, Múcio reuniu-se com o general e o comunicou sobre e a saída.

A demissão de Arruda acontece após uma reunião de Lula com os comandantes das Forças Armadas, ontem (20), no Palácio do Planalto. O encontro teve início por volta das 10h40 e terminou aproximadamente às 13h. Depois, os participantes continuaram sem o presidente, no gabinete do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Ainda de acordo com o Poder360, o encontro teria desagradado os Militares, porque Lula convidou também o presidente da Fiesp, Josué Gomes. “De acordo com o governo, Josué participou da reunião para falar sobre como impulsionar a indústria militar no país. A presença do empresário também seria para passar recado aos militares e lembrar aos comandantes das Forças Armadas que a relação de Lula com os fardados foi tranquila nos outros mandatos do presidente. Não colou”, diz o Poder360. Para os comandantes das Forças Armadas, a presença de Josué impede uma conversa franca e direta sobre segurança nacional com Lula.

Já o UOL escreve que “um general do alto comando afirmou que a decisão de Lula causa “estranhamento” já que ontem houve uma longa reunião e o presidente teria a oportunidade de demitir o comandante. “O método adotado é estranho”, disse, dado que Arruda teria saído da reunião falando que o resultado havia sido “ótimo”.

Ainda segundo o veículo, “o principal motivo da destituição seria falta de confiança por parte de Lula com o comandante. Arruda assumiu o cargo no dia 30 de dezembro, para ajudar a administrar a posse presidencial, mas teve a relação abalada com Lula depois de indícios de inação por parte do Exército” durante as invasões aos prédios dos 3 Poderes.

Outro ponto que, mais uma vez segundo a imprensa, poderia ter feito Lula demitir o general seria a insistência do militar em manter a nomeação do ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, que assumiria, nos próximos dias, o 1º Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia.

A nomeação de Cid para o posto já estava decidida desde maio do ano passado quando foi publicada a designação dele e de todos os outros comandantes nomeados para o biênio 2023-24.

Entretanto, uma reportagem do portal Metrópoles insinuou que Cid seria um articulador de “Caixa 2” do ex-presidente Bolsonaro, que já negou todas as acusações contra ele e seu ex-funcionário.

Quem é o novo comandante
Será Tomás Miguel Ribeiro Paiva. Ele é general desde 31 de julho de 2019 e estava à frente do Comando Militar do Sudeste. Participou das missões realizadas pelo exército brasileiro no Haiti e nos complexos da Penha e do Alemão, por ocasião do chamado processo de pacificação, em 2012.

Ele ganhou visibilidade na última quarta-feira (18) ao fazer um discurso em que defende a ‘democracia’, a ‘alternância do poder’ e o ‘respeito às urnas’.

“É essa a convicção que a gente tem que ter, mesmo que a gente não goste. Nem sempre a gente gosta, nem sempre é o que a gente queria. Não interessa. Esse é o papel da instituição de Estado, da instituição que respeita os valores da pátria. Somos Estado”, diz o militar no vídeo. Assista abaixo!

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