O embaixador do Brasil em Buenos Aires, Julio Bitelli, foi chamado a Brasília para reuniões com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o chanceler Mauro Vieira nesta segunda-feira (15).
O objetivo, segundo a grande imprensa, é discutir maneiras de preservar a relação com a Argentina, apesar das diferenças entre o petista e o mandatário argentino, Javier Milei (La Libertad Avanza, direita).
A reunião ocorreu logo após a participação de Milei na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) em Santa Catarina, evento que também contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A visita de Bitelli não representa uma convocação formal, termo que no meio diplomático indicaria grave insatisfação. As conversas visam a examinar a situação das relações bilaterais entre Brasil e Argentina.
Na segunda-feira (15), Bitelli participou de um almoço no Palácio do Itamaraty, promovido por Lula em homenagem ao presidente da Itália, Sergio Mattarella. O embaixador deve retornar a Buenos Aires nos próximos dias.
O diplomata se reuniu com Vieira por volta das 9h no Palácio Itamaraty, em Brasília. Depois, Bitelli conversou com Lula por cerca de 3 minutos no hall de entrada da sede do Ministério das Relações Exteriores ao final do almoço de recepção a Sergio Mattarella.
Durante as reuniões com representantes do governo federal, Bitelli receberá pedidos para adotar uma postura pragmática, a fim de evitar que as tensões políticas interfiram nas importantes relações comerciais entre os dois países.
Na semana anterior, Milei optou por não participar da cúpula do Mercosul para estar presente na CPAC Brasil. Em seu discurso no evento, ele afirmou que Bolsonaro enfrenta perseguição judicial, mas evitou criticar diretamente Luiz Inácio, a quem já chamou de “comunista”, “corrupto” e, recentemente, de “grande dinossauro idiota”.
A relação entre Milei e Lula tem sido marcada por tensão e trocas de acusações desde a campanha eleitoral argentina, quando Milei acusou Lula de corrupção. O presidente brasileiro não compareceu à posse de Milei e afirmou esperar um pedido de desculpas. O presidente argentino, por sua vez, declarou que não se retratará e acusou Lula de ter um “ego inflado”. E mais: Ramagem (PL-RJ) diz que gravação foi autorizada por Bolsonaro e nega irregularidades. Clique AQUI para ver. (Foto: Ag. Senado; Fontes: Jovem Pan; Estadão)
