Luiz Inácio Lula da Silva procurou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para discutir a possibilidade de ele assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República, ministério instalado no Palácio do Planalto e responsável por coordenar o diálogo entre o governo federal e os movimentos sociais.
Segundo fontes do governo petista, o encontro entre Lula e Boulos ocorreu por volta da metade de abril, no Palácio da Alvorada.
Durante a conversa, o presidente quis saber se o parlamentar estaria disposto a abrir mão da eleição municipal do próximo ano em São Paulo, permanecendo no cargo até o fim do atual mandato presidencial, caso aceite o convite. A informação foi inicialmente publicada pelos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo.
Até o momento, a entrada de Boulos no governo não está confirmada. Auxiliares próximos ao presidente afirmam que a proposta está em fase de avaliação e que, após o encontro de abril, os dois não voltaram a conversar sobre o assunto.
Se a ideia avançar, Boulos assumiria o posto hoje ocupado por Márcio Macêdo. Desde o ano passado, especula-se a possível saída do ministro, que foi alvo de críticas de Lula após a fraca mobilização do público no ato de 1º de Maio de 2023, que contou com a presença do presidente.
No núcleo do governo, cresce o entendimento de que é necessário fortalecer os vínculos com os movimentos sociais, sobretudo com a aproximação do calendário eleitoral. Boulos, que se projetou nacionalmente como coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), é visto como peça-chave nesse esforço.
O parlamentar mantém relação próxima com Lula e recebeu o apoio direto do petista em sua candidatura à prefeitura de São Paulo em 2020, quando chegou ao segundo turno, mas foi derrotado por Ricardo Nunes (MDB).
Eleito deputado federal em 2022 com mais de um milhão de votos — o mais votado de São Paulo —, Boulos é uma figura de destaque dentro do PSOL.
Sua possível ausência na eleição municipal pode representar um desafio para a legenda, que busca atingir a cláusula de barreira. Internamente, no PT, há discussões sobre uma eventual filiação do deputado ao partido. E mais: Santa Catarina aposta no trabalho prisional e lidera modelo de ressocialização no Brasil. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: O Globo)