A Tesla registrou um dos seus piores desempenhos financeiros em anos, com uma queda de 71% no lucro líquido do primeiro trimestre de 2025.
A desaceleração foi causada por uma série de fatores, incluindo a redução nas vendas globais, aumento nos custos operacionais e o boicote à Elon Musk por sua aproximação ao presidente Donald Trump.
A receita total da companhia caiu 9%, puxada pela queda de 20% no faturamento da sua divisão automotiva. As entregas de veículos sofreram uma redução de 13% mundialmente, com quedas significativas, como a de 22% na China e um impressionante tombo de 62% na Alemanha.
Nos Estados Unidos, onde a Tesla mantém sua maior participação de mercado, a marca também enfrentou um recuo na fatia do segmento de carros elétricos. Com a nomeação de Musk como chefe do departamento de eficiência governamental pelo ex-presidente Trump, a empresa viu protestos e boicotes em suas instalações tanto nos EUA quanto na Europa.
Em teleconferência com analistas, Musk declarou que reduziria seu envolvimento com o cargo público a partir de maio. Durante a conversa, o empresário justificou sua atuação, afirmando:
“Acredito que é correto combater o desperdício e tentar recolocar o país nos trilhos.” Além dos desafios políticos, a Tesla lida com tarifas de importação elevadas e com os efeitos das mudanças nas cadeias globais de fornecimento. Embora tenha fábricas nos EUA, a empresa ainda depende de componentes importados, especialmente do México e da China.
O Wall Street Journal também apontou que a Tesla perdeu receita devido a promoções agressivas que diminuíram o preço médio de seus veículos. Além disso, uma interrupção temporária nas fábricas para a atualização do modelo Y impactou a produção.
Apesar do cenário adverso no setor automotivo, a Tesla teve um bom desempenho em outras áreas. O segmento de armazenamento de energia cresceu 67% e os serviços de software por assinatura também mostraram resultados positivos. No entanto, a margem operacional da empresa caiu de 5,5% para 2,1% no comparativo anual.
Para o futuro, a Tesla aposta em novos modelos de entrada. Em abril, foi lançada uma versão mais barata do Cybertruck, com preço inicial de US$ 69.990 (aproximadamente R$ 400 mil). Além disso, planos para uma versão mais acessível do modelo Y e a implementação de uma frota de robotáxis autônomos em Austin, Texas, estão em andamento, com previsão de início para junho.
Após a divulgação dos números negativos, as ações da Tesla apresentaram uma alta no pós-mercado, impulsionadas pela expectativa de que os modelos mais baratos possam aquecer a demanda.
O desempenho da montadora nos próximos trimestres dependerá de sua capacidade de executar esses novos planos e de como a figura de Elon Musk continuará a impactar a imagem da marca, tanto de maneira positiva quanto negativa. E mais: Retaliação? União Europeia aplica multas milionárias na Apple e Meta. Clique AQUI para ver. (Foto: divulgação; Fonte: UOL)