O polêmico leilão de arroz importado fez mais uma vítima. Segundo reportagem da jornalista Andreza Matais, do portal UOL, Thiago José dos Santos, diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) responsável pelo certame, foi demitido ontem (25) pelo conselho de administração da empresa.
Seu padrinho político, o ex-deputado federal Neri Geller (PP), também foi afastado há duas semanas após a descoberta de que pessoas envolvidas no processo tinham ligação com ele. Geller ocupava o cargo de Secretário de Política Agrícola no Ministério da Agricultura.
A nova demissão ocorreu depois que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, declarou em entrevista à colunista que não entendia o motivo de Santos permanecer no cargo. O ministro reconheceu que a nomeação do diretor foi indicação do Ministério da Agricultura, mas afirmou que já havia autorizado sua exoneração ao ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), a quem a Conab é subordinada.
O “leilão da falcatrua”, como ficou conhecido na bancada ruralista após Lula (PT) admitir publicamente que houve ‘falcatruas’ no processo, ainda deverá ser refeito.
No entanto, o ministro Carlos Fávaro admitiu que, se surgir uma alternativa para evitar o aumento de preços e desabastecimento devido às enchentes no Rio Grande do Sul, o governo está disposto a dialogar.
A compra de arroz importado, ao custo de R$ 1 bilhão, tornou-se um verdadeiro transtorno para o governo, que esperava usar a iniciativa para mitigar os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul.
A oposição acusou o governo de uso político da medida, destacando que o leilão previa que o arroz deveria ser comercializado com o logotipo do governo, e ameaçou instaurar uma CPI para investigar as ações da Conab. O setor de arroz também alertou Lula de que não haveria desabastecimento e que o aumento de preços era apenas momentâneo, resultante da especulação inicial com as notícias das enchentes. O Rio Grande do Sul é o principal produtor desse alimento no Brasil, responsável por mais de 70% do estoque nacional.
A Conab, responsável pela regulação dos preços dos alimentos no país através da compra de estoques, foi dividida entre os Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. O PT ficou com a presidência (João Edegar Pretto) e a diretoria de Política Agrícola (Silvio Porto), enquanto o PP ficou com a diretoria de Operações e Abastecimento, considerada o coração da empresa por gerenciar os leilões de compra de alimentos. E mais: Após decisão do STF, Arthur Lira anuncia comissão especial para debater PEC que criminaliza posse de drogas. Clique AQUI para ver (Foto: Pixa Bay; Fonte: UOL)