O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, participou de testes com um novo rifle de precisão durante visita às Forças Especiais do país na sexta-feira (4). A ação, divulgada no sábado (5) pela agência estatal KCNA, reforça o protagonismo de Kim no desenvolvimento militar norte-coreano e ocorre em meio a uma fase de tensão política e militar na península coreana.
Segundo a KCNA, o teste representa mais um passo na modernização do arsenal norte-coreano, e demonstra o envolvimento direto de Kim na preparação das tropas. Durante a visita, o líder defendeu o treinamento rigoroso como ferramenta fundamental para garantir a vitória em eventuais conflitos.
“A capacidade de guerra real para garantir a vitória no campo de batalha é reforçada por meio de treinamento intensivo“, declarou. Ele ainda classificou o treinamento como “a expressão mais vívida de patriotismo e lealdade ao país”.
Imagens divulgadas mostram Kim empunhando o rifle de elite, apontando para o centro de um alvo e interagindo com os soldados. Segundo a imprensa estatal, após o teste, Kim expressou “grande satisfação com o desempenho e poder do rifle desenvolvido ao nosso próprio modo”.
O evento militar coincidiu com uma reviravolta política no sul da península. Na mesma sexta-feira, a Corte Constitucional da Coreia do Sul confirmou o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, do Partido do Poder Popular (direita), abrindo caminho para novas eleições. Yoon alegou ter tentado derrubar o governo civil em dezembro do ano passado como forma de combater “forças antiestado” e supostas ameaças da Coreia do Norte.
A destituição de Yoon foi noticiada pela KCNA no sábado, citando fontes da imprensa internacional. O principal adversário político de Yoon, Lee Jae-myung, do Partido Democrático (liberal), é o favorito na disputa eleitoral e, segundo analistas, adota uma postura mais aberta ao diálogo com Pyongyang.
Enquanto isso, a agência de inteligência da Coreia do Sul revelou que soldados norte-coreanos estariam sendo enviados à Rússia para apoiar Moscou na guerra contra a Ucrânia. A movimentação reforça o papel estratégico de Pyongyang no cenário internacional.
O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já se reuniu três vezes com Kim durante seu primeiro mandato, afirmou estar em “comunicação” com o líder norte-coreano e que pretende “fazer algo em algum momento”, conforme noticiado pela agência Yonhap, de Seul.
A escalada militar da Coreia do Norte não é recente. Nos últimos anos, o país tem intensificado seus testes de mísseis balísticos intercontinentais, além de desenvolver submarinos com capacidade nuclear. Recentemente, o regime de Kim aprovou uma emenda constitucional que define a Coreia do Sul como seu “Estado hostil número um”, aumentando ainda mais as tensões na região. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Poder360)