Israel prende 1º jovem por rejeitar serviço militar após conflito: “guerra de vingança”

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Tal Mitnick, 18, se recusou a prestar o serviço militar obrigatório em Israel devido à guerra contra o Hamas e à ocupação de Gaza — Foto: Reprodução Jerusalem Post



No fim de dezembro, um jovem israelense de 18 anos foi sentenciado a 30 dias de prisão militar por recusar o alistamento nas Forças Armadas de Israel, como noticiado pelo Jerusalem Post.

Tal Mitnick compareceu ao centro de alistamento acompanhado de outros jovens ativistas da organização ‘Rede Mesarvot’. Ao chegar ao local ele recebeu uma sentença excepcionalmente longa para quem se recusa a prestar o serviço militar pela primeira vez: 30 dias de prisão militar após o julgamento. A ONG é uma rede de ‘objetores de consciência’, ou seja, pessoas que se recusam a portar armas ou a servir nas forças armadas por uma questão de ‘consciência’, como motivos morais, éticos ou religiosos.

De acordo com a imprensa israelense, a sentença de prisão de Mitnick pode ser estendida caso ele recuse novamente a se alistar. “Eu me recuso a acreditar que mais violência trará segurança, eu me recuso a participar de uma guerra de vingança. Cresci em um lar onde a vida é sagrada, onde a discussão é valorizada e onde o discurso e a compreensão sempre vêm antes da adoção de medidas violentas. No mundo cheio de interesses corruptos em que vivemos, a violência e a guerra são outra forma de aumentar o apoio ao governo e silenciar as críticas”, diz uma declaração divulgada por representantes do adolescente.

“Temos de reconhecer que, após semanas de operações em Gaza, foram as negociações e um acordo que restituíram os reféns. Na verdade, a ação militar resultou em suas mortes. Devido à mentira de que ‘não há civis inocentes em Gaza’, até reféns com bandeira branca e falando hebraico foram mortos a tiros. Não consigo sequer conceber quantos casos semelhantes não foram investigados porque as vítimas nasceram no lado errado da cerca.”

Mitnick também escreveu que a ‘falta de capacidade de negociação’ com o Hamas era “simplesmente falsa” e insistiu na necessidade de diplomacia e esforço político.

A recusa em cumprir o serviço militar obrigatório não é comum em Israel, apesar de mais de 200 estudantes do ensino médio terem anunciado, em agosto, a decisão de não se apresentarem ao serviço militar. Esse ato de protesto não apenas se opõe à reforma judicial proposta por Benjamin Netanyahu, mas também critica a “ocupação” dos territórios palestinos.

Por lei, todos os cidadãos israelenses com mais de 18 anos de idade que sejam judeus, drusos ou circassianos devem servir nas Forças Armadas, com algumas exceções para árabes israelenses, mulheres religiosas, pessoas casadas ou que sejam médica ou mentalmente incapazes, de acordo com o site do Exército. Alguns judeus ultraortodoxos, como os judeus haredi, também estão isentos do serviço militar. Espera-se que os homens sirvam pelo menos 32 meses, enquanto as mulheres devem servir no mínimo 24. (com informações de O Globo e Jerusalem Post)

 

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