O cenário de instabilidade no Oriente Médio ganhou novos contornos nesta segunda-feira (23), após a confirmação de que o Irã disparou seis mísseis contra a base aérea americana de al-Udeid, localizada no Catar, além de ter lançado um míssil contra instalações militares dos EUA no Iraque.
A informação foi oficialmente reconhecida pela Casa Branca, poucas horas após relatos de fortes explosões em Doha, capital do Catar, de acordo com a agência Reuters. Na sequência, o próprio país confirmou a ofensiva.
Mais cedo, a rede norte-americana Fox News já havia alertado para uma “ameaça iminente” contra a base de al-Udeid. Diante da ofensiva, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve reunir sua equipe de segurança nacional em caráter emergencial.
A base de al-Udeid é considerada peça-chave na estrutura militar americana no Oriente Médio, por sediar o centro de comando das operações aéreas da CENTCOM.
Uma retaliação direta do Irã a esse ponto estratégico é vista como uma escalada mais agressiva em relação à resposta de Teerã após a morte do general Qassem Soleimani, em 2020. Na ocasião, os alvos escolhidos foram menos sensíveis, situados no Iraque e na Síria.
Segundo um diplomata ocidental ouvido pela Reuters, o risco de um ataque à base no Catar vinha sendo monitorado desde o início da tarde. Já o Wall Street Journal revelou que Teerã havia posicionado lançadores de mísseis, sinalizando a preparação para a ofensiva.
Imagens de satélite obtidas pelo site Business Insider mostraram que, nos últimos dias, os EUA retiraram boa parte de suas aeronaves do pátio externo da base de al-Udeid, sinal de que esperavam uma possível agressão.
No Iraque, as defesas aéreas da base de Ain al-Asad foram acionadas preventivamente. A instalação, localizada na província de Anbar, abriga tropas americanas que apoiam operações conjuntas com forças iraquianas e participam de missões coordenadas com a Otan. Foi justamente essa base que sofreu ataques do Irã em 2020, após o assassinato de Soleimani.
Outra base com presença dos EUA, Erbil, no norte iraquiano, também está em alerta. Localizada no Curdistão, região semiautônoma, ela serve como centro de treinamento, inteligência e apoio logístico para a coalizão internacional, segundo documento recente do Congresso dos EUA.
Com os novos ataques, cresce o temor de que o confronto entre Washington e Teerã entre em uma fase mais direta, colocando em risco não apenas as tropas aliadas, mas também a estabilidade de toda a região. (Foto: PixaBay; Fontes O Globo; FoxNews)