Inflação estoura meta em junho, e Haddad receberá carta

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A inflação oficial medida pelo IPCA chegou a 5,35% no acumulado de 12 meses até junho, superando o teto da meta contínua e frustrando as projeções do mercado, que esperavam 5,31%.

Os dados, divulgados nesta quinta-feira (10) pelo IBGE, mostram que a meta de inflação foi formalmente descumprida pela primeira vez desde a adoção do novo regime de metas contínuas, em janeiro deste ano.

Pela regra vigente, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo — ou seja, com piso de 1,5% e teto de 4,5%.

Quando o índice fica fora desse intervalo por seis meses consecutivos, como agora, o presidente do Banco Central precisa enviar uma carta ao Ministério da Fazenda explicando as razões do desvio e as medidas adotadas para reverter o quadro.

Este será o segundo ofício a ser redigido por Gabriel Galípolo, atual presidente do BC. O primeiro foi motivado pelo IPCA de 2024, sob as regras anteriores, que exigiam a verificação da meta apenas ao fim de cada ano.

Apesar da pressão nos 12 meses, o resultado mensal de junho registrou uma leve desaceleração, com alta de 0,24%, abaixo dos 0,26% de maio, mas ainda acima da previsão de 0,20% dos analistas.

O principal fator para o alívio do índice no mês foi a deflação no grupo de alimentação e bebidas, que caiu 0,18%, marcando a primeira baixa em 10 meses.

A alimentação no domicílio teve recuo ainda mais acentuado, de 0,43%, puxado pelas quedas nos preços do ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). O tomate, por outro lado, voltou a subir, com alta de 3,25%.

“Se tirássemos os alimentos do cálculo do IPCA, a inflação do mês seria de 0,36%”, disse Fernando Gonçalves, gerente do índice.

Também contribuíram para conter a inflação os combustíveis, com queda de 0,42%, influenciada principalmente pelo recuo de 0,34% no preço da gasolina.

Por outro lado, o maior impacto de alta no índice partiu da energia elétrica residencial, que subiu 2,96%, tornando-se o item com maior peso individual no mês e impedindo uma desaceleração ainda mais expressiva da inflação. (Foto: Ministério da Fazenda; Fonte: O Globo)

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