O aumento progressivo dos impostos tem dificultado as compras em plataformas de e-commerce internacionais, principalmente as asiáticas, promovendo mudanças significativas no mercado de consumo.
Com a chamada “taxa das blusinhas”, em vigor desde julho, o setor de importados viu suas vendas despencarem, enquanto varejistas brasileiras comemoraram um aumento na participação de mercado.
Antes da implantação do imposto de 20% sobre produtos importados de até 50 dólares, foram registradas cerca de 19 milhões de remessas em julho, com valor total declarado de R$ 1,812 bilhão.
Em agosto, no entanto, as compras caíram para 11 milhões, uma redução expressiva de 42%, com valor aduaneiro de R$ 902 milhões. Os números foram divulgados no balanço de setembro do programa Remessa Conforme, realizado pelo Santander.
A tendência de queda continuou em setembro, com o mesmo volume de remessas de agosto, apesar de um leve acréscimo de R$ 42 milhões em impostos declarados.
Por outro lado, as varejistas nacionais, como Lojas Renner, C&A e Guararapes, tiveram desempenho superior ao mercado de vestuário no terceiro trimestre de 2024. A Renner registrou um crescimento nominal de 12%, enquanto o setor como um todo avançou 6%, conforme dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC/IBGE). Seus pares, C&A e Guararapes, também apresentaram resultados sólidos, com altas de 19% e 11%, respectivamente.
De acordo com Luiz Guanais, analista de consumo e varejo do BTG Pactual, a diferença de preços entre os produtos nacionais e os estrangeiros, que girava entre 25% e 30% no início de 2024, caiu para 10% após a aplicação da nova taxação. Mesmo com os itens nacionais permanecendo mais caros, a diferença ficou menos acentuada, considerando uma cesta de produtos das varejistas locais comparada com a plataforma chinesa Shein.
Além disso, no início de outubro, os Estados brasileiros anunciaram um acordo para aumentar a alíquota do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 17% para 20% sobre compras internacionais de até 3 mil dólares.
A medida, que segue o Regime de Tributação Simplificado, entrará em vigor em 1º de abril, respeitando os princípios da anterioridade e da noventena. Nos Estados onde a alíquota atual é inferior a 20%, serão necessários projetos de lei para aprovar o ajuste.
Com essas mudanças, o governo federal busca reduzir a desigualdade tributária entre os produtos locais e os importados, promovendo maior equilíbrio no mercado nacional e incentivando o consumo de itens fabricados no Brasil. E mais: Meloni fala em Itália ‘forte’ e ‘ambiciosa’ em mensagem de Natal. Clique AQUI para ver. (Fonte: SBT News)