Hugo Motta dá bronca em deputados, diz que Câmara não é ‘jardim da infância’ e que não é “frouxo”

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A sessão da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (19), foi palco de um embate acalorado que começou quando o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), acompanhado de colegas da oposição, discursava na tribuna ao lado de outros parlamentares e fazia críticas ao governo Lula.

O tema dos embates foi a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Bolsonaro. O clima esquentou rapidamente, evidenciando a polarização no Congresso.



Em reação ao discurso de Nikolas, o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ), subiu ao púlpito com aliados do presidente Lula para exigir a prisão de Bolsonaro. O discurso, previsto para durar 10 minutos, estendeu-se por mais de 20, mas não chegou ao fim.

Parlamentares da oposição o interromperam com provocações como “mensaleiro”, “petroleiro”, “Triplex”, “Atibaia”, “o ovo está caro” e “Lindo, ladrão. Mensaleiro na prisão”. Não ficando atrás, os governistas responderam com gritos de “sem anistia” e “uh, vai ser preso”, aludindo ao processo judicial contra Bolsonaro.



Enquanto isso, o presidente da Câmara, Hugo Motta, recebia colegas em seu gabinete e delegou a condução da sessão à terceira-secretária, Delegada Katarina (PSD-SE).

Diante do tumulto, ela optou por suspender os trabalhos por sete minutos. Após o intervalo, Motta assumiu o comando com firmeza, chamado às pressas para apaziguar os ânimos, já que Katarina não retornou à Mesa. A partir daí, o clima se estabilizou, sem novos confrontos entre os grupos.



Em um tom incisivo, Motta repreendeu os parlamentares: “Eu quero dizer a Vossas Excelências que se estão confundindo esse presidente como uma pessoa paciente e serena com um presidente frouxo, vocês ainda não me conhecem. Ou esse plenário se dignifica de estar aqui representando o povo brasileiro, ou nós não merecemos estar aqui. Aqui não é o jardim da infância, ou muito menos um lugar para a espetacularização que denigre a imagem desta Casa. Eu não aceitarei esse tipo de comportamento”.



O presidente anunciou medidas rígidas para evitar novos episódios de desordem. “Não vamos permitir a desordem nesta Casa. Não estou aqui para dizer o que cada deputado deve ou não defender, mas para garantir que o regimento será cumprido e o presidente saberá exercer o poder dessa presidência se necessário for”, declarou.

Entre as decisões, estão a proibição de placas no plenário, a exigência de traje formal nas comissões — com veto a camisetas e entrada sem gravata — e ordens ao Departamento de Polícia Legislativa para fiscalizar o cumprimento.



Citando o ex-presidente Arthur Lira, Motta prometeu ser ainda mais rigoroso: “O presidente Arthur foi combativo, nós seremos um pouco mais. A presidência assumirá a responsabilidade se o parlamentar desrespeitar o colega, a própria presidência vai acionar o Conselho de Ética e fazer cumprir todas as medidas restritivas da Casa”.

 





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