O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entrou oficialmente de férias nesta segunda-feira (16), em um momento crítico para sua pasta.
Justamente no mesmo dia, a Câmara dos Deputados vota o requerimento de urgência do projeto de decreto legislativo que busca revogar o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), medida articulada pela própria equipe de Haddad.
A ausência do ministro vai até 22 de junho. Durante esse período, o comando interino do Ministério da Fazenda ficará sob responsabilidade do secretário-executivo da pasta, Dario Durigan. A mudança nas datas das férias, que antes estavam previstas para ocorrer entre 11 e 20 de julho, foi oficializada no Diário Oficial da União no último dia 5.
O impasse começou após a publicação, na quarta-feira (11), de uma medida provisória assinada por Haddad que eleva a tributação de investimentos antes isentos, como a LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio). Além disso, o governo editou um decreto que aumenta as alíquotas do IOF. As decisões foram tomadas após uma reunião entre a equipe econômica e líderes partidários, realizada em 8 de junho na residência oficial da Câmara.
Inicialmente, as mudanças contaram com apoio da cúpula do Congresso, mas o cenário mudou rapidamente. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que havia chamado o encontro com Haddad de “reunião histórica”, passou a classificar as medidas como parte de um “projeto político”.
“Não fui eleito presidente da Câmara para servir ao projeto político de ninguém”, afirmou Motta, em tom crítico, na quarta-feira (11).
Apesar da tensão, Haddad tentou manter o diálogo aberto e evitou o confronto direto com o Congresso. Em resposta às declarações de Motta, disse que o comportamento do deputado representa “prudência”.
O governo também apresentou algumas concessões para tentar reduzir a resistência entre os parlamentares, como a diminuição das alíquotas sobre o risco sacado e mudanças nas regras de isenção para a previdência privada.
Segundo estimativas da equipe econômica, as alterações propostas no decreto devem gerar uma arrecadação extra de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões já em 2025 — valor essencial para cumprir as metas fiscais definidas para o ano. A oposição, no entanto, promete resistência e articula a derrubada das medidas ainda nesta semana. (Foto: Ministério da Fazenda; Fonte: Poder360)
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