Haddad diz que alternativas ao IOF atingem apenas “moradores da cobertura”

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (10) que as medidas fiscais discutidas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva buscam “fazer justiça tributária” ao atingir os contribuintes de maior renda, especialmente os que, segundo ele, “moram na cobertura” e se beneficiam de isenções.

“Essas medidas atingem os moradores de cobertura. Pegam só gente que tem muita isenção fiscal, todas as medidas envolvem bets e mercado financeiro, não mexem com o dia a dia da população”, declarou.

Entre as propostas do pacote fiscal, estão o fim da isenção de Imposto de Renda em aplicações como LCIs, LCAs, CRIs e CRAs — que passarão a ser tributadas em 5% para novos aportes — e o aumento da alíquota das apostas esportivas (as chamadas bets), de 12% para 18%.

Apesar da justificativa de Haddad, representantes de setores afetados afirmam que as mudanças podem encarecer o crédito, reduzir investimentos e impactar o crescimento e o emprego.

O ministro, por outro lado, defendeu que a tributação corrige distorções, melhora o ambiente econômico e ajuda a atingir as metas fiscais. “Isso vai favorecer a queda do juro, do dólar, vai favorecer o país. Além disso, garante o cumprimento da meta deste ano e do ano que vem”, disse.

O governo pretende zerar o déficit primário em 2025 e alcançar superávit de 0,25% do PIB até 2026. Haddad também destacou a queda recente da inflação e afirmou que os indicadores reforçam a confiança na política econômica.

Na segunda-feira (9), o ministro esteve com Lula no Palácio da Alvorada para tratar do pacote, após reunião com lideranças do Congresso. Segundo ele, o presidente elogiou o diálogo com o Legislativo. “Foi uma reunião histórica. Câmara e Senado juntos, com seus presidentes e líderes, discutindo medidas para o país”, relatou.

Ao defender o pacote, Haddad reforçou o argumento de que a proposta mira os mais ricos: “Está afetando os andares superiores, eu diria, a cobertura do edifício, que não paga condomínio. Nós precisamos fazer com que essas pessoas contribuam com as contas públicas”.

 

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