Azedou: entenda desavença entre Arthur Lira e Fernando Haddad após novo imposto

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Uma tensa troca de palavras entre o ministro da Fazenda de Lula (PT), Fernando Haddad, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, trouxe à tona divergências entre governo e Câmara em relação às propostas tributárias em discussão no Congresso Nacional.

O embate aconteceu após uma entrevista de Haddad concedida ao jornalista Reinaldo Azevedo, na qual o ministro expressou sua preocupação com o crescente poder da Câmara e a necessidade de moderação em suas ações.

Segundo reportagem de hoje (15) da Folha de SP, tudo começou quando Haddad e Lira conversaram por telefone na sexta-feira (11) para tratar da votação da proposta de taxar empresas ou fundos offshore (fora do país), considerada crucial pela Fazenda para reforçar o caixa do governo. A medida também seria para compensar a isenção no IRPF.

No diálogo, Lira deixou claro, em tom incisivo, que resiste ao avanço da medida. As resistências na Câmara à proposta geraram incômodo e irritação na equipe econômica petista, segundo o jornal paulista.
A polêmica entrevista ao programa Reconversa, de Reinaldo Azevedo, gravada na noite de sexta e na qual Haddad faz críticas à Câmara, foi concedida após esse ruído.

O momento culminante da entrevista foi a declaração de Haddad sobre o poder exorbitante da Câmara, o qual ele sugeriu estar sendo usado sem moderação, podendo humilhar o Senado e o Executivo.

Arthur Lira reagiu prontamente às palavras de Haddad, respondendo com firmeza nas redes sociais e enfatizando o papel e o poder da Câmara.

Eis o que disse Haddad em entrevista: “A Câmara está com um poder muito grande e não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo. De fato está com um poder que nunca vi na vida, passei 9 anos em Brasília, nunca vi nada parecido. Então peço que tem que haver uma moderação aí, que tem ser construída, ainda não está as mil maravilhas”.

Em uma série de postagens em seu perfil no Twitter, Lira declarou, sem citar Haddad, que “manifestações enviesadas e descontextualizadas não contribuem no processo de diálogo e construção de pontos tão necessários para que o país avance”.

Após a crítica à Câmara, Haddad mudou o tom e trocou o ataque por uma tentativa de esclarecimento na segunda (14).
Haddad afirmou à jornalistas que sua declaração não era uma crítica à atual legislatura, mas uma reflexão sobre a estrutura de poder em vigor, especialmente no contexto do presidencialismo de coalizão.

Após o disse-me-disse, a reunião de líderes partidários da Câmara com o relator do novo marco fiscal na Casa, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), e técnicos do governo marcada para esta 2ª feira (14) foi adiada.

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Fontes: Folha de SP; Poder360
Foto: Agência Câmara; Agência Brasil

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