Na manhã de hoje (2), a Polícia Federal realizou a prisão de Walter Delgatti Neto, conhecido como ‘hacker da Vaza Jato’, em Araraquara. Além disso, a deputada Carla Zambelli (PL) também é alvo de mandados de busca e apreensão.
A operação investiga uma eventual atuação de ambos na invasão aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no BNMP (Banco Nacional de Mandados de Prisão).
Segundo informações da imprensa, Delgatti foi preso em cumprimento a um mandado de prisão em Araraquara, São Paulo.
A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão na casa e no gabinete da deputada Zambelli. Ao todo, são dois mandados em São Paulo e três no Distrito Federal.
Os crimes investigados são a invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
Walter Delgatti já havia sido preso em duas ocasiões anteriores, ambas em 2019, na Operação Spoofing. Após ser solto em 2020 com o uso de tornozeleira eletrônica, foi novamente preso em junho de 2023 por descumprir as medidas judiciais, pois alegou que cuidava das redes sociais de Carla Zambelli, o que era proibido. O hacker estava sob uso de tornozeleira eletrônica desde 10 de julho, de acordo com a decisão judicial.
A PF divulgou oficialmente que a operação envolve cinco mandados de busca e apreensão (três no Distrito Federal e dois em São Paulo) e um mandado de prisão preventiva.
A ação da PF busca obter mais informações sobre a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões.
Entre os documentos forjados, constava um mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes. No documento, havia uma frase com o slogan ‘Faz o L’, da campanha eleitoral mais recente de Lula (PT).
Os crimes sob investigação ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando foram inseridos no sistema do CNJ, e possivelmente em outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por diferentes motivos e um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, conforme divulgado pela Polícia Federal.
Dino comemora
O ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou a operação em uma rede social. “Em prosseguimento às ações em defesa da Constituição e da ordem jurídica, a Polícia Federal está cumprindo mandados judiciais relativos a invasões ou tentativas de invasões de sistemas informatizados do Poder Judiciário da União, no contexto dos ataques às instituições”, escreveu.
Em prosseguimento às ações em defesa da Constituição e da ordem jurídica, a Polícia Federal está cumprindo mandados judiciais relativos a invasões ou tentativas de invasões de sistemas informatizados do Poder Judiciário da União, no contexto dos ataques às instituições.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) August 2, 2023
A operação da PF
A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (2/8), a ‘Operação 3FA’ com o objetivo de esclarecer a atuação de indivíduos na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
O nome da “Operação 3FA” é uma referência à autenticação de dois fatores (2FA), método de segurança de gerenciamento de identidade e acesso que exige duas formas de identificação para acessar recursos e dados, sendo que, tendo os investigados violado o sistema, foi necessária a atuação do Estado (PF, MPF e Judiciário), que atuou na repressão à conduta criminosa e na prevenção a novas ações semelhantes.