Professores de pelo menos 25 universidades federais já decidiram pelo fim da greve iniciada em meados de abril. O Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) informou ontem (23) que decidiu aceitar o que o governo já tinha proposto e encerrar a greve das faculdades federais. A paralisação dura 69 dias.
Em nota, o Comando Nacional da Greve informou que a greve terminará oficialmente na 4ª feira (26.jun) com a assinatura do termo de acordo apresentado pelo Ministério da Gestão e Inovação.
Os professores das faculdades federais que estavam paralisadas desde 15 de abril realizaram assembleias de 17 a 21 de junho para decidir se encerrariam a paralisação. Além dos professores, os técnicos administrativos das faculdades também estão em greve, o que, na prática, significa a continuidade da greve para as demais categorias, já que, sem esses funcionários, as universidades não têm condições de funcionar.
Diferente dos docentes, os funcionários ainda não aceitaram nenhuma proposta do governo para encerrar a paralisação geral. Além disso, cada universidade tem autonomia administrativa para reestabelecer seu calendário para finalização do 1º semestre letivo de 2024 e para o início do 2º semestre letivo de 2024.
A Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) também está analisando os resultados da rodada de assembleias das entidades de base ocorridas ao longo desta semana.
A categoria pedia reajuste de 3,69% em agosto de 2024, correspondendo ao índice acumulado do IPCA ao longo de 12 meses até abril de 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio 2026.
O governo, por sua vez, avalia que a negociação salarial foi resolvida por meio da assinatura de um acordo com o Sindicato de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), em maio.
Na negociação com os servidores da educação superior, o governo não ofertou correção em 2024 (principal motivo da greve), prevendo reajuste nos dois próximos anos: 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, no caso dos professores, e de 5% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, no caso dos técnicos.
Entre as outras medidas aceitas pelo governo Lula, o ministério propôs revogar decisões do governo Jair Bolsonaro (PL), como a portaria 983, que estabeleceu aumento da carga horária mínima a ser cumprida pelos docentes em sala de aula, além da obrigatoriedade do controle de frequência por meio de ponto eletrônico. Também ofereceu o fim da instrução normativa 66, que limita promoções e progressões de docentes. (Foto: reprodução O Globo; Fontes: EBC; Poder360, O Globo, Metrópoles)