Diante do impasse nas negociações com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva sobre reajuste salarial e valorização profissional, os servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) iniciaram uma greve nacional nesta quarta-feira (10). A paralisação envolve tanto os trabalhadores das APSs (Agências da Previdência Social) quanto aqueles em home office.
Ainda não há um balanço oficial de adesão, mas a expectativa é que a greve impacte a análise e concessão de benefícios como aposentadorias, pensões e BPC (Benefício de Prestação Continuada), além de recursos, revisões e atendimentos presenciais (exceto perícia médica).
A medida também afeta o ‘pente-fino’ nos auxílios, uma proposta do governo Lula que visa enxugar R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias para cumprir a promessa de déficit zero de sua equipe econômica.
De acordo com o sindicato nacional SINSSP-BR, aproximadamente 50% dos trabalhadores estão em regime remoto e estão aderindo à greve.
O INSS informou que, até o momento, não há registros de agências fechadas e que todos os canais de atendimento remoto continuam operando normalmente. Os segurados podem acessar o aplicativo ou site Meu INSS, além de utilizar a Central Telefônica 135, disponível das 7h às 22h.
O SINSSP (Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo) e a Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) notificaram o governo sobre a greve e anunciaram uma reunião do comando de greve para sexta-feira (12), às 18h.
Os servidores do INSS já estavam em “operação apagão”, reduzindo sua produção em 20%. A orientação era para que os servidores não fizessem horas extras e limitassem suas atividades no home office, não cumprindo metas de produtividade relacionadas ao programa de enfrentamento à fila. Eles reivindicam um reajuste salarial de 33% até 2026 e a valorização da carreira de técnico do seguro social. Em 2015, a força de trabalho contava com mais de 25 mil servidores; atualmente, são cerca de 19 mil.
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O Sinsprev/SP (Sindicato dos Servidores e Trabalhadores Públicos em Saúde, Previdência e Assistência Social no Estado de São Paulo) afirmou que mais de 300 gestores colocarão seus cargos à disposição para aderir à greve.
“Saímos da última reunião com o governo sem qualquer indicação de um novo encontro. O governo simplesmente negou todas as nossas demandas, incluindo aquelas sem impacto financeiro. Estamos abertos ao diálogo, mas até agora não houve sinalização do governo. Os principais pontos da greve não são financeiros e estão relacionados ao acordo de greve de 2022, que ainda não foi cumprido”, disse Thaize Chagas Antunes, diretora do Sinsprev/SP.
Além do reajuste salarial, os servidores exigem que a carreira de técnico do seguro social seja reconhecida como uma carreira de Estado, essencial para o funcionamento da administração pública. No entanto, o MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) não parece compartilhar dessa visão, classificando esses servidores como de apoio.
A categoria também pede a elevação do nível de ingresso para técnico do seguro social para nível superior, argumentando que as atividades desenvolvidas são complexas e que o avanço do uso de IA (Inteligência Artificial) nas análises do INSS pode ser prejudicial.
A última proposta do governo, que incluía um aumento de 9% em janeiro de 2025 e 5% em abril de 2026, além de estender a carreira de 17 para 20 padrões, não foi bem recebida pelos servidores, que já haviam recebido um reajuste de 9% em 2023. Veja mais abaixo! E mais: URGENTE: Deputados aprovam texto-base de projeto que regulamenta a reforma tributária. Clique AQUI para ver (Foto: EBC; Fonte: Folha de SP)
Servidores do INSS entraram em greve nesta quarta-feira (10), e a paralisação pode prejudicar no pente-fino que o governo estava prevendo fazer para corte de gastos públicos. Saiba mais com @frouvenat.
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— GloboNews (@GloboNews) July 10, 2024