O jornalista Rodrigo Rangel, do portal Platô BR e ex-Metrópoles, revelou que o ministro Luís Roberto Barroso pode antecipar sua saída do Supremo Tribunal Federal (STF), abrindo uma nova oportunidade de indicação para Luiz Inácio Lula da Silva.
Conforme a reportagem exclusiva, o Palácio do Planalto já trabalha com a possibilidade concreta de que Barroso deixe o tribunal assim que concluir seu mandato como presidente da Corte, em setembro deste ano.
Segundo Rangel, há sinais claros de que o ministro estaria inclinado a aceitar uma embaixada no exterior, preferencialmente na Europa, após pendurar a toga.
“O Palácio do Planalto recebeu sinais de que Luís Roberto Barroso vai mesmo deixar o STF assim que terminar seu período na presidência da corte, em setembro, e já trabalha com um cenário novo: o de que o ministro aceitaria de bom grado uma embaixada, preferencialmente na Europa, assim que largar a toga”, escreveu o jornalista.
A informação também foi repercutida pelo jornalista Mario Sabino, do portal Metrópoles.
Se a decisão for confirmada, Lula ganharia o direito de fazer mais uma indicação ao STF, algo que, pelas regras atuais, não voltaria a ocorrer neste mandato caso todos os ministros permanecessem no cargo até a aposentadoria compulsória, aos 75 anos.
O próximo a deixar a Corte, nesse cenário, seria Luiz Fux, em 2028. “A se confirmar a intenção de Barroso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganha a chance de nomear mais um ministro para o Supremo”, aponta a reportagem.
Nos bastidores do governo, a saída antecipada de Barroso já provocou movimentações. O nome mais cotado para substituí-lo, de acordo com o colunista, é o do atual advogado-geral da União, Jorge Messias, figura de confiança de Lula.
No entanto, como ressalta Rangel, há uma pressão crescente para que a próxima vaga seja preenchida por uma mulher.
“No entorno do gabinete presidencial há quem aposte que, nesse caso, ele não hesitaria em escolher o atual advogado-geral da União, Jorge Messias, muito embora já se faça o cálculo político de que a pressão será grande para que uma mulher seja nomeada”, relata.
Ainda conforme o jornalista, interlocutores próximos afirmam que Barroso considera ter encerrado seu ciclo na mais alta corte do país. Após dois anos à frente da presidência do Supremo, ele desejaria se dedicar a projetos mais leves e menos desgastantes do que a magistratura.
“Segundo pessoas próximas, Barroso considera que, encerrados seus dois anos na presidência do STF, já terá cumprido suficientemente sua missão como ministro. Ele pretende, então, se dedicar a atividades, digamos, mais amenas”, afirma a reportagem.
Entre os planos ventilados está a atuação no mercado de palestras e a possível nomeação para uma embaixada de prestígio em território europeu, o que estaria sendo visto com bons olhos por setores do governo.
“Além do aventado desejo de assumir uma embaixada importante em um país europeu, ele planeja para o futuro próximo se dedicar ao concorrido mercado de palestras”, escreveu Rangel.
Barroso, no entanto, negou oficialmente qualquer movimentação nesse sentido. “Não existe absolutamente nada disso”, disse o ministro ao Platô BR. Como lembra a reportagem, não seria a primeira vez que o magistrado nega rumores sobre uma eventual saída precoce do Supremo.
Hoje com 67 anos, Barroso ainda poderia permanecer na Corte até 2033, quando completa 75 anos, idade-limite para atuação no STF. No entanto, sua eventual saída antecipada reabriria o debate sobre o perfil do próximo ministro — especialmente num momento em que a composição do Supremo tem apenas uma mulher, a ministra Cármen Lúcia, desde a aposentadoria de Rosa Weber, cuja vaga foi preenchida por Flávio Dino.
A possível indicação de Jorge Messias, se concretizada, reforçaria a influência de Lula na composição do STF. O advogado-geral da União tem atuado de forma alinhada ao Planalto e é visto como nome natural para a vaga, embora setores do governo reconheçam que a demanda por mais diversidade na Corte poderá pesar na escolha. (Foto
