O governo Lula, por meio do Itamaraty, manifestará insatisfação ao governo dos Estados Unidos, de Donald Trump, devido aos relatos de tratamento dado a brasileiros em um voo de deportação. A decisão foi tomada após o chanceler Mauro Vieira desembarcar em Manaus e se reunir com autoridades militares para apurar os acontecimentos.
O Itamaraty confirmou, nas redes sociais, que o ministro esteve com o delegado Sávio Pinzón, superintendente interino da Polícia Federal no Amazonas, e o major-brigadeiro Ramiro Pinheiro, comandante do 7º Comando Aéreo Regional.
“O Ministro Mauro Vieira reuniu-se esta noite em Manaus com o delegado Sávio Pinzón […] e com o major-brigadeiro Ramiro Pinheiro”, comunicou o órgão. Durante a reunião, foi apresentado um “relato detalhado sobre os incidentes no aeroporto Eduardo Gomes envolvendo cidadãos brasileiros transportados em voo de deportação do governo norte-americano”.
O Ministro Mauro Vieira reuniu-se esta noite em Manaus com o delegado Sávio Pinzón, superintendente interino da Polícia Federal no Amazonas, e com o major-brigadeiro Ramiro Pinheiro, comandante do 7º Comando Aéreo Regional. pic.twitter.com/os67IuaCGF
— Itamaraty Brasil 🇧🇷 (@ItamaratyGovBr) January 26, 2025
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o encontro fundamentará um pedido de esclarecimentos aos Estados Unidos sobre o que foi classificado como “tratamento degradante” aos passageiros. Informações indicam que a aeronave estava em condições precárias e que os deportados, algemados durante o trajeto, se revoltaram, situação que elevou as tensões a bordo.
O Itamaraty entende que a prática desrespeita acordos estabelecidos entre os países e cobrará o cumprimento desses entendimentos.
O governo também estuda a possibilidade de suspender voos com deportados caso condições mínimas de segurança e dignidade não sejam garantidas.
Entre as exigências que podem ser apresentadas a Washington estão a presença de representantes consulares brasileiros no momento do embarque e a proibição do uso de algemas nos passageiros, considerando que não há justificativa para tratá-los como ameaça.
A crise ocorre em meio a tensões semelhantes envolvendo outros países da região. No mesmo dia, o México recusou autorizar a chegada de um voo americano com imigrantes deportados, embora o motivo não tenha sido divulgado.
Internamente, o Brasil busca um equilíbrio entre proteger seus cidadãos e evitar um possível desgaste diplomático com o novo governo de Donald Trump, conforme reportagem do UOL.
Dias antes da posse, o Brasil assinou, junto com outras nações latino-americanas, uma declaração que alertava contra as “deportações em massa” dos imigrantes.
Por outro lado, o acordo de deportação firmado entre os dois países em 2017 ainda é considerado uma base para o diálogo. Ele visa evitar que brasileiros detidos nos EUA permaneçam indefinidamente no território americano. Clique AQUI para ver a chegada dos brasileiros vindos dos EUA. (Foto: reprodução redes sociais; Fonte: UOL)