O ministro da Educação Camilo Santana afirmou, nesta terça-feira (5), que o governo Lula cogita proibir que cursos de licenciatura tenham 100% da carga horária na modalidade de ensino à distância (EaD) e planeja outras mudanças nos de formação de professores online.
Para o ministro, o momento é de avaliação dos cursos de licenciatura não presenciais, que em novembro tiveram as autorizações para novos cursos 100% EaD suspensas por 90 dias.
“A ideia do ministério é não permitir mais cursos sempre EAD. Então, vamos definir se vão ser 50%, 30% [da carga horária].”
A informação foi manifestada pelo ministro em entrevista coletiva à imprensa hoje (5) após a divulgação do Pisa 2022, que analisou a evolução dos estudantes entre os anos de 2018 a 2022.
Segundo o ministro, uma das suas propostas para o Brasil melhorar os resultados de aprendizagem dos alunos é valorizar a formação de professores.
Para isso, ele acredita, seria necessário acabar com cursos à distância nessa área. Atualmente, 6 em 10 professores formados no país fizeram curso a distância.
Estamos com uma equipe técnica avaliando, mas pelo menos a ideia do ministério é não permitir mais curso 100% EAD nas Licenciaturas. Vamos definir, vai ser 50%, 30%”, disse o ministro.
“O problema da formação inicial é em todas as universidades – não há distinção de privada, pública – é um problema que precisamos enfrentar”, completou. Ele disse ainda que é preciso avaliar os estágios que são obrigatórios para preparar professores e também reformular as diretrizes curriculares da formação docente.
O Ministério da Educação (MEC) publicou na semana passada portaria que suspende os processos de autorização de novos cursos a distância de 17 áreas, entre elas Direito, Medicina e todas as licenciaturas.
O ritmo de criação de novos cursos superiores à distância aumentou a partir de 2018, impulsionado pela edição de decreto do ex-presidente Michel Temer (MDB) no ano anterior. A norma flexibilizou a abertura faculdades à distância distância. Desde então, houve crescimento de 189,1% na oferta de cursos nessa modalidade.
A presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, contestou: “É preciso avaliar e supervisionar as instituições que não oferecem qualidade, mas é preciso valorizar aquelas que praticam um ensino de excelência”, declarou, em nota a representante da entidade que representa mantenedoras de ensino superior privado.
“O País também não pode ignorar que há 2 mil municípios brasileiros que possuem apenas a modalidade EAD como alternativa de ensino superior, e as populações dessas comunidades não podem ser prejudicadas por qualquer decisão intempestiva.”
Associações que integram o movimento eadinclui.org.br, de defesa da educação a distância, pedem que o MEC reavalie a decisão e “promova diálogo mais amplo com as instituições”. Para elas, a medida “suscita incertezas” e deixa “em alerta mais de 2 milhões de estudantes das áreas afetadas”.
Outro ponto é que o resultado ruim do Pisa não é um ‘fenômeno’ que surgiu após a proliferação de cursos à distância. Basicamente, o Brasil ocupa as últimas posições da avaliação desde a primeira vez que se submeteu ao teste, no fim dos anos 90, mesmo aumentando o orçamento para educação. E veja também: Maduro ordena a criação do estado da ‘Guiana Essequiba’ e ignora a jurisprudência da ONU. Clique AQUI para ver.
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