Uma reportagem publicada no blog da colunista Malu Gaspar, do Globo, revelou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva mobilizou uma verdadeira força-tarefa para conter os efeitos de um vídeo publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) nas redes sociais.
No material, Nikolas chama os descontos em aposentadorias do INSS de “o maior escândalo de corrupção da história do País”.
Conforme a colunista, o vídeo do parlamentar, que tem cerca de seis minutos, já acumulava mais de 130 milhões de visualizações apenas no Instagram até a noite de quinta-feira (8). A repercussão nas redes sociais gerou grande preocupação no Palácio do Planalto, que decidiu reagir com uma estratégia coordenada.
Segundo a reportagem, a resposta foi planejada em uma reunião de alto escalão realizada na última quarta-feira, no próprio Planalto, com a presença de diversos ministros e lideranças governistas.
Estiveram presentes Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social), Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Vinicius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Wolney Queiroz (Previdência Social), além de parlamentares aliados como Reginaldo Lopes (PT-MG), Rogério Correia (PT-MG), Paulo Pimenta (PT-RS), Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Lindbergh Farias (PT-RJ), vice-líder do governo no Congresso.
Conforme a coluna, a reunião durou cerca de uma hora e vinte minutos e teve como principal diagnóstico a necessidade de reação rápida e eficaz ao conteúdo publicado por Nikolas, considerado um dos nomes mais influentes da oposição nas redes sociais.
Logo após o encontro, nomes como Gleisi Hoffmann, Vinicius Carvalho e Lindbergh Farias começaram a publicar vídeos tentando rebater as acusações feitas por Nikolas. No entanto, conforme a reportagem, a audiência dos conteúdos pró-governo ficou muito abaixo do vídeo original.
O vídeo de Lindbergh, por exemplo, registrava apenas 348 mil visualizações, o que representa cerca de 0,27% do número alcançado por Nikolas.
A coluna informa ainda que um levantamento feito pela consultoria Bites, a pedido do Globo, constatou que o número de menções ao escândalo do INSS já ultrapassou a repercussão da crise do Pix que abalou o governo Lula em janeiro deste ano.
O vídeo de Nikolas, publicado na terça-feira (6), foi apontado como responsável direto por um novo pico de interações nas redes sociais sobre o tema, o que ligou o sinal de alerta no Planalto.
No vídeo de resposta, Lindbergh Farias tenta reposicionar o foco da discussão: “Vamos jogar luz nessa história. Fazem de tudo para relacionar o presidente com essa história, mas o verdadeiro protagonismo tem um nome: Jair Bolsonaro. O escândalo começa em 2019. A CGU notificou o INSS, só que nada foi feito. Quem era o ministro? Paulo Guedes. Quem era o secretário de Previdência? O hoje senador Rogério Marinho”, afirma o senador.
A estratégia do Planalto agora é tentar reposicionar o debate, destacando que os indícios de irregularidade nos descontos do INSS remontam ao governo anterior e que a apuração só avançou durante a atual gestão. E mais: IBGE divulga resultado da inflação de abril. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: O Globo)