“O governo Biden não está fazendo o suficiente para forjar uma aliança de longo prazo com o Brasil”, disse Myron Brilliant, chefe da divisão de assuntos internacionais da Câmara de Comércio dos EUA, em entrevista coletiva em São Paulo na quinta-feira. As informações são da agência de notícias Reuters.
“Na minha opinião sincera, não acho que o governo Biden esteja fazendo o suficiente para se concentrar nesta região”, disse ele sobre o Brasil, que é a nona maior economia do mundo, acrescentando que parte do motivo é o foco na agenda doméstica dos EUA.
Brilliant disse que a falta de envolvimento dos EUA em toda a América Latina significa que “as oportunidades não são desenvolvidas (nem é um) plano estratégico de longo prazo da maneira que esperamos”.
Segundo ele, a ausência dos EUA abriu caminho para outros parceiros se relacionarem e fazerem negócios com o Brasil. “O que vimos na última década é um aumento significativo do investimento e do envolvimento chinês na região”, disse Brilliant. “Também estamos vendo o engajamento russo. Diríamos que os EUA precisam estar presentes.”
Os EUA são o segundo parceiro comercial mais importante do Brasil, atrás apenas da China. A diferença é que o Brasil tem superávit comercial com o país asiático e déficit com os EUA.
Brasil e EUA competem como exportadores de commodities agrícolas como soja, carne e milho. No primeiro trimestre do ano, o Brasil teve déficit comercial de US$ 3,8 bilhões com os EUA e superávit de US$ 4,7 bilhões com a China, segundo dados do governo federal.
Os EUA responderam por cerca de 11% das exportações totais do Brasil no período, enquanto a China foi quase 28%, mostraram os dados. “Definir o comércio em termos de déficit e superávit é um erro”, disse Brilliant. “Importante para nós é ter um campo de jogo nivelado.”
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