Uma polêmica surge envolvendo os bastidores da TV Globo, com a acusação de que a emissora estaria privilegiando atores de esquerda e aqueles com maior número de seguidores nas redes sociais em detrimento do talento artístico.
Quem faz essa denúncia é Hugo Gross, presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Rio de Janeiro (SATED-RJ), que revelou, em entrevista ao portal NaTelinha, estar reunindo provas e testemunhos para formalizar uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho contra a emissora. Clique AQUI para ver na íntegra.
Gross se diz indignado com o que considera um “movimento de perseguição” dentro do departamento de dramaturgia da Globo, apontando que atores que se posicionaram politicamente à direita estão sendo deixados de lado nas produções. “Infelizmente, hoje é notório isso (exclusão de artistas de direita) e a gente vai combater.
Quando eu digo ‘a gente’, refiro-me ao SATED, que defende o artista. Porque, independentemente de você ser Flamengo ou Fluminense, o seu talento é o seu talento”, declarou o presidente da entidade.
O presidente do sindicato ressalta que essa exclusão não é apenas uma questão de ideologia política, mas também de méritos profissionais. Para ele, é um erro dar mais valor ao número de seguidores nas redes sociais do que ao talento de um artista, além de colocar em questão a imparcialidade na escolha dos elencos.
“Achar que quem tem seguidores nas redes sociais tem mais valor do que o talento. Quem é mais de esquerda tem mais talento do que quem é de direita. Cadê o Lima Duarte? Carlos Vereza e tantos outros atores que estão aí lutando?”, questiona Gross, em tom de crítica à atual direção artística da Globo.
Cássia Kis como exemplo
Um dos exemplos mencionados por Hugo Gross ao portal Na Telinha para ilustrar sua denúncia é o da atriz Cássia Kis, que apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022 e fez críticas públicas a Lula. Após 34 anos de contrato com a Globo, a atriz teve seu vínculo encerrado em julho de 2024, o que, para Gross, faz parte de uma retaliação política. “Se ela levantou a bandeira por A ou por B, ela não pode ser excluída. Isso chama-se movimento de perseguição”, afirmou ele.
De acordo com Gross, o clima de perseguição política nos bastidores da emissora se intensificou após José Luiz Villamarim assumir o cargo de diretor de dramaturgia em 2020, substituindo Silvio Abreu. Desde então, segundo ele, artistas com ideologias mais conservadoras estariam sendo marginalizados nas produções da Globo.
Denúncia ao Ministério Público do Trabalho
O presidente do SATED-RJ revelou ainda que há uma agência de atores supostamente controlada por um diretor de elenco da emissora, o que reforçaria a existência de uma “panelinha” dentro da Globo. Ele afirma que já está levantando informações sobre esse caso específico e que há pessoas dispostas a depor. “Essa panelinha que tem lá, vamos inclusive falar sobre essa agência (de atores). Temos mais informações e vamos levar ao Ministério Público do Trabalho”, garantiu.
Gross destacou que muitos artistas têm medo de se manifestar por conta de possíveis represálias, mas que a denúncia será encaminhada de qualquer maneira. “As pessoas têm medo de se expor devido às perseguições óbvias. A denúncia ao MPT será feita. A verdadeira razão de um sindicato é defender todos os trabalhadores da arte e os técnicos, e essa é a função e obrigação do SATED-RJ”, afirmou.
Controvérsia nos bastidores da novela “Vale Tudo”
Outro ponto levantado pela reportagem do NaTelinha são as críticas sobre a escalação do elenco da nova versão da novela “Vale Tudo”, que será exibida em março de 2025 em comemoração aos 60 anos da Globo. Alguns profissionais de bastidores denunciaram que, novamente, apenas atores identificados com a esquerda foram escolhidos para os papéis principais da trama, reforçando a tese de favorecimento ideológico nas decisões da emissora.
A Globo ainda não se manifestou publicamente sobre as acusações feitas por Hugo Gross, nem sobre as alegações relacionadas à novela “Vale Tudo”. O desdobramento das denúncias junto ao Ministério Público do Trabalho deve trazer mais detalhes sobre a situação nos próximos meses. Clique AQUI para ver na íntegra.