O Brasil registrou uma saída líquida de US$ 8,3 bilhões em março, o pior resultado para o mês desde o início da série histórica do Banco Central, iniciada em 1982. O número, divulgado nessa quarta-feira (9), supera inclusive o saldo negativo observado em março de 2020, quando o fluxo cambial foi de -US$ 6,6 bilhões.
O principal responsável pelo resultado foi o canal financeiro, que registrou uma evasão de US$ 12,8 bilhões. Já o canal comercial apresentou desempenho positivo, com entrada líquida de US$ 4,5 bilhões.
As operações financeiras incluem transações como investimentos em ações e títulos, envio de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos. Essas movimentações refletem a instabilidade do mercado, acentuada pela imposição recente de tarifas pelos Estados Unidos. Desde 12 de março, está em vigor um tarifaço de 25% sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio, imposto pelo presidente americano Donald Trump.
No acumulado do primeiro trimestre, o saldo também é negativo: US$ 15,8 bilhões saíram do país, sendo US$ 23,1 bilhões pelo canal financeiro, parcialmente compensados pela entrada de US$ 7,3 bilhões via comércio exterior.
Apesar da fuga de capitais, o dólar teve queda expressiva frente ao real. Em março, a desvalorização foi de 3,51%, acumulando uma perda de 7,63% no primeiro trimestre. Na terça-feira (8), a moeda voltou a ser negociada a R$ 6 e caiu ainda mais na quarta (9), encerrando o dia a R$ 5,844 após o governo americano recuar parcialmente nas tarifas.
O fluxo cambial, monitorado semanalmente pelo Banco Central, é composto pelos canais comercial e financeiro. O primeiro se refere a exportações e importações de bens e serviços, enquanto o segundo envolve o movimento de capitais no mercado financeiro e de investimentos. E mais: Motorista diz ter visto “vulto” antes de acidente que vitimou 11 pessoas em MG. Clique AQUI para ver. (Foto: PixaBay; Fonte: Folha de SP)