Uma investigação foi iniciada em Paris nesta quinta-feira por suspeita de envenenamento da jornalista russa Marina Ovsyannikova, de 45 anos, que se refugiou na capital francesa. Marina ficou conhecida por segurar um cartaz na televisão estatal russa denunciando a invasão da Ucrânia. A informação foi confirmada pelo Ministério Público de Paris.
Na tarde desta quinta-feira, a jornalista passou mal ao abrir a porta de seu apartamento, localizado no centro da capital francesa, e alegou ter encontrado um pó. Ela afirma ter sido envenenada por russos, conforme relatado por uma fonte próxima ao caso. Uma investigação foi aberta, e amostras foram coletadas em sua residência.
No início deste mês, Marina foi condenada a oito anos de prisão por espalhar “notícias falsas” sobre o Exército russo. Em março de 2022, durante o noticiário, ela ergueu um cartaz de protesto com os dizeres “Parem a guerra” e “Eles estão mentindo para você”.
Marina foi condenada por outro protesto feito quatro meses depois, quando segurou uma faixa perto do Kremlin com os dizeres “Putin é um assassino. Seus soldados são fascistas”. A procuradoria de Moscou informou em 4 de outubro que “o tribunal condenou Ovsyannikova a oito anos e seis meses de prisão, a serem cumpridos numa colônia penal de regime geral”.
Marina, que não compareceu à sentença, fugiu do país no ano passado depois de escapar da prisão domiciliar com sua filha de 11 anos. As duas se exilaram na Europa. A “fuga” ocorreu duas semanas depois que as autoridades russas a colocaram em uma lista de procurados, sugerindo que a repórter estava foragida.
Em comunicado publicado antes da sentença, ela classificou as acusações contra ela de “absurdas”. “Eles decidiram me punir por não ter medo e por chamar as coisas pelos seus nomes”, escreveu. Desde que a Rússia avançou sobre a Ucrânia, em 2022, as autoridades lançaram uma repressão sem precedentes à dissidência.
“Não foi nada….”
Nas redes sociais, Marina desacreditou a informação de que teria sido envenenada a mando de Putin. “Amigos fiquei muito internada no hospital. Não comuniquei com os repórteres e esperava que esta informação fosse mantida em segredo. Tudo o que posso dizer é que não existiu “pó branco” como fonte desconhecida, seguido de muitas publicações de confiança, não havia maçaneta de porta. Senti-me mal lá fora. Eles chamaram o médico. Minha condição deteriorou-se tão repentinamente que a polícia francesa decidiu investigar.”.
Acompanhada de uma foto de equipamentos médicos do hospital onde está, a jornalista disse agora que “a maioria dos resultados dos testes estão prontos. Não foram encontradas substâncias tóxicas no sangue. Não é sobre o envenenamento.”
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