Nessa sexta-feira (20), a Polícia Federal deflagrou a operação “Última Milha”, que visa investigar um sistema secreto de monitoramento via rede de telefonia celular pela Abin. Oficialmente, a PF não confirmou o período que engloba o uso do sistema.
Caio Cesar dos Santos Cruz, filho do general da reserva e ex-ministro de Jair Bolsonaro, Carlos Alberto Santos Cruz, encontra-se entre os alvos de busca e apreensão nessa operação.
Ex-Ministro da Secretaria de Governo, Santos Cruz se tornou um dos maiores críticos do ex-presidente dentre aqueles que deixaram o governo Bolsonaro.
Os investigadores apontam Caio Cesar como representante da empresa que forneceu à Agência Brasileira de Investigação (Abin) o sistema FirstMile, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte.
Esse sistema, adquirido durante a intervenção federal na Segurança do Rio de Janeiro, no governo Temer, tinha o objetivo de combater o crime organizado.
A utilização ampla dessa ferramenta ocorreu sob o comando do delegado Alexandre Ramagem, hoje deputado parlamentar, que chefiava a Abin durante o governo Bolsonaro.
A Polícia Federal está investigando a ocorrência de supostos grampos não autorizados a jornalistas, advogados e políticos.
Segundo informações veiculadas na imprensa, o sistema FirstMile permitia o monitoramento da localização de até 10 mil proprietários de celulares a cada 12 meses sem a necessidade de protocolos oficiais. Bastava digitar o número de telefone de um contato no programa para acompanhar a última localização conhecida do dono do aparelho em um mapa.
De acordo com o jornal O Globo, um membro de alto escalão da Abin teria alegado que o sistema era operado com base em uma “zona cinzenta” legal. Ou seja, como o acesso aos metadados de celulares não estava expressamente proibido pela legislação brasileira, a agência justificava a utilização da ferramenta como medida de “segurança de Estado”, argumentando que não estavam violando o sigilo telefônico.
Além da prisão preventiva de dois agentes da Abin, a operação “Última Milha” cumpriu 25 mandados de busca e apreensão em diversos estados, incluindo São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Até o momento, General Santos Cruz não respondeu aos contatos realizados pelos veículos de comunicação O Globo e CNN Brasil.
Delegado Ramagem
Após a operação, o deputado Federal Delegado Ramagem (PL-RJ), que não foi alvo da operação, explicou sobre o sistema e falou sobre a operação.
1. Esse sistema objeto da operação de hoje na ABIN foi adquirido em 2018, antes do governo Bolsonaro.
2. Quando assumimos a ABIN, em 2019, promovemos auditoria formal de todos os contratos.
3. O referido sistema não faz interceptação, mas demonstrava fazer localização. Mesmo…
— Delegado Ramagem (@delegadoramagem) October 20, 2023
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