Ministro do Planejamento e responsável pelo direcionamento econômico de um país de 200 milhões de pessoas, Fernando Haddad (PT) voltou a minimizar as reações do mercado a cada movimento ‘questionável’ do governo federal.
Ele disse que o Brasil é ‘maior do que a variação do dólar e da Bolsa de Valores’ e que o país precisa implementar uma política de investimentos de longo prazo e sair da “armadilha” de curto prazo.
“Termino com os votos de que a gente saia dessa armadilha de curtíssimo prazo em que nós estamos envolvidos. Nós precisamos sair dessa discussão… Todo mundo olhando para a tela do computador para saber se o dólar aumentou R$ 0,01, caiu R$ 0,01, se a Bolsa subiu 1 ponto, desceu 1 ponto. O Brasil é maior do que isso”, declarou o ministro petista em evento realizado pelo BNDES.
Em fevereiro, Haddad já havia feito uma comparação chula com o mercado financeiro, que somente reage ao direcionamento indicado pelo governo federal. ““Entendo a ansiedade do dito mercado, essa meninada que fica na frente do computador dando ordem de compra, ordem de venda”, provocou Haddad. “Cada espirro lá em Brasília gera uma enorme turbulência.”
Já no começo de março, o ministro pediu ‘paciência’ ao mercado financeiro, além de jogar responsabilidade para o governo anterior: “Esse tal mercado tem que ter compreensão de que a bucha herdada não é pequena e tem que ser administrada politicamente, ambientalmente, socialmente, economicamente, mas o rumo está dado. Vamos recuperar o orçamento público do ponto de vista da despesa e da receita, e vamos abrir espaço rápido para, segundo critérios do próprio Banco Central, reduzir a taxa de juros e retomar o crescimento.”
No evento de hoje, Haddad ainda fez coro a Lula e Aloizio Mercadante e defendeu o uso do banco público para financiar obras: ““O Brasil está com muita obra parada e está com muita concessão e PPPs (parcerias público-privadas) que podem ser viabilizadas se o Tesouro Nacional e o BNDES se somarem no sentido de propiciar que os investimentos aconteçam”, disse.