Saiba qual fala de Bolsonaro a PGR considerou como ‘mensagem explícita’ de plano ‘golpista’

direitaonline



A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou acusação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas, enquadrando-os em crimes como: “tentativa de derrubar o Estado Democrático de Direito, conspiração para um golpe de Estado e formação de grupo criminoso armado”.

O documento, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (18/2), destaca um episódio ocorrido em 2021 como prova de ‘intenções autoritárias’.



A defesa de Bolsonaro rebate, afirmando que ele “jamais compactuou” com qualquer iniciativa que visasse prejudicar a ordem democrática.

A denúncia, assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet, aponta um momento específico como suposta evidência de um projeto de ruptura: a manifestação realizada em 7 de setembro de 2021, na Avenida Paulista, em São Paulo.



Naquele dia, Bolsonaro, então no comando do país, discursou para uma multidão e, segundo a PGR, deixou claro seu suposto plano de golpe no caso de perder as eleições de 2022.

“Foi nesse cenário que Jair Bolsonaro, evidenciando seu receio de derrota nas urnas, apresentou de forma explícita a mensagem autoritária de permanência no poder: ‘Só saio preso, morto ou com vitória. Quero dizer aos canalhas que eu nunca serei preso’”, escreveu Gonet no texto da acusação.



O evento na Paulista, conforme descrito pelo procurador, foi um marco em uma série de embates entre o ex-presidente e outras instituições, especialmente o STF. Após a decisão judicial que, em março de 2021, devolveu os direitos políticos a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), permitindo sua candidatura, a PGR sustenta que Bolsonaro e seus aliados passaram a arquitetar medidas para subverter o resultado das urnas.

Durante o ato, ele criticou duramente o sistema eleitoral, direcionou falas a Alexandre de Moraes, a quem chamou de “canalha”, e afirmou que não acataria suas decisões.



Gonet argumenta que o discurso não foi um simples desabafo impulsivo. “As investigações da Polícia Federal revelaram que o pronunciamento não era mero arroubo impensado e inconsequente. Já então, o grupo ao redor do Presidente houvera até mesmo traçado estratégia de atuação em prol do seu líder, incluindo plano de fuga do país, se porventura lhe faltasse o apoio armado com que contava”, detalhou o procurador.

Para a PGR, as palavras de Bolsonaro tinham o objetivo de incitar seus seguidores contra o STF e a Justiça Eleitoral, enquanto faixas pedindo intervenção militar, exibidas no evento, reforçavam a existência de uma articulação coordenada.



A denúncia reforça que os atos de 7 de setembro foram parte de um esforço maior para ‘enfraquecer as instituições democráticas’.

A PGR considera que as ações do ex-presidente e de seu círculo próximo buscavam preparar o terreno para uma eventual resistência armada, caso os planos eleitorais falhassem.



Agora, cabe ao STF analisar a acusação. A defesa dos acusados receberam o prazo de 15 dias para rebater as acusações. E mais: Parlamentares se enfrentam em sessão tumultuada na Câmara. Clique AQUI para apoiar nosso trabalho. E mais: Parlamentares se enfrentam em sessão tumultuada na Câmara. Clique AQUI para ver. (Foto: divulgação; Fonte: Metropóles)

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Advogado de Trump e Rumble sobre Moraes: "não usou formas válidas"

Martin De Luca, advogado que defende o presidente dos EUA, Donald Trump, e a plataforma de vídeos Rumble, declarou, em uma entrevista ao CNN Arena, que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes não recorreu a canais legítimos para tentar executar uma decisão judicial brasileira em território […]