Uma reportagem exclusiva da revista Veja revelou um cenário alarmante nas Forças Armadas brasileiras: a possibilidade de que aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) parem de operar por falta de recursos.
A crise foi agravada pelos cortes no orçamento do governo federal, e militares já alertaram autoridades do Planalto de que a situação pode comprometer não apenas voos oficiais, mas também operações de emergência no país.
Conforme a Veja, o uso de aeronaves da FAB por autoridades é legalmente permitido para o presidente, o vice, ministros, comandantes das Forças, e presidentes dos Poderes. No entanto, como mostra a reportagem, “não são raras, entretanto, situações em que os voos são estendidos a casos que não estão previstos na legislação, como aos ministros do Supremo Tribunal Federal ou a que passageiros estiquem viagens de interesse meramente pessoal”.
Apesar da recorrência dos voos — inclusive com trechos que extrapolam a agenda oficial —, a realidade financeira da Aeronáutica é dramática. Segundo a revista, “em meio à disputa em torno do Orçamento, militares avisaram a membros do governo que, em breve, os aviões poderão ter de ficar estacionados. Motivo: falta dinheiro até para a aquisição de combustível”.
O alerta foi levado diretamente ao presidente Lula, após assessores do Planalto receberem, no fim de maio, um pedido dos militares por um crédito extra de R$ 1 bilhão. A verba seria usada para repor combustível e fazer a manutenção de aeronaves paradas por falta de peças.
De acordo com a Veja, estima-se que “metade dos sessenta aviões Super Tucano — destinados, entre outras finalidades, para missões na Amazônia — estejam parados”.
Mesmo diante do apelo, o governo federal anunciou um corte de R$ 31 bilhões no Orçamento, com o Ministério da Defesa sendo a segunda pasta mais afetada: R$ 2,6 bilhões a menos. Desde então, segundo interlocutores das Forças Armadas ouvidos pela Veja, o clima é de alerta máximo. “Eles afirmam que os militares estão em ‘estado vegetativo’, a ponto de não conseguir arcar com contas de luz e de água”, revela a reportagem.
O temor é de que operações cruciais de pronta resposta — como as que ocorreram durante as enchentes no Rio Grande do Sul — fiquem inviabilizadas. Há ainda o componente político: “no centro das investigações por uma suposta tentativa de golpe, os fardados acreditam não haver boa vontade do governo petista em melhorar as condições das Forças”, aponta a Veja.
Mesmo antes dos cortes, a situação era delicada. O orçamento original da Defesa para 2024 era de R$ 133 bilhões, o quinto maior da Esplanada.
Porém, mais de 80% dessa verba é destinada a despesas com pessoal: R$ 30 bilhões para militares da ativa, outros R$ 30 bilhões para a reserva, e uma parte significativa com pensionistas. Como destaca a Veja, “sobra, portanto, uma parte minoritária para os investimentos, que chegaram à menor proporção da última década”.
Outro ponto de tensão é a tentativa do Ministério da Fazenda de alterar as regras da Previdência Militar. Ainda em 2024, o governo enviou ao Congresso um projeto que define idade mínima de 55 anos para ida à reserva e extingue as pensões de beneficiários de militares que perderem a patente por condenações — a chamada “morte ficta”. O projeto, no entanto, “está há seis meses parado”.
Enquanto isso, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, tenta deixar um marco: a fixação constitucional de um orçamento mínimo para as Forças Armadas.
“Seria, defende ele, uma forma de blindar os recursos da interferência dos humores políticos e de garantir uma previsão para investimentos de longo prazo”, informa a Veja. Mas a proposta também “está engavetada no Congresso”.
A permanência de Múcio no cargo é incerta. No início do ano, segundo a Veja, o ministro avisou Lula que sua missão estava cumprida, mas aceitou permanecer no cargo a pedido do presidente. Como conclui a reportagem, “só não se sabe até quando o combustível do ministro, queimado em assuntos espinhosos, vai durar”. (Foto: EBC; Fonte: Veja)
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