O ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) concluiu que o incêndio ocorrido no Parque Nacional do Itatiaia, localizado entre Rio de Janeiro e Minas Gerais, em junho, foi causado durante um treinamento da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras).
Assim, a escola superior do Exército foi multada em R$ 6,5 milhões pelo ICMBio. Nenhuma pessoa física foi responsabilizada, de acordo com o instituto.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) finalizou a investigação sobre o incêndio que atingiu a parte alta do Parque Nacional do Itatiaia entre os dias 14 e 24 de junho, danificando mais de 300 hectares de vegetação nativa.
Localizado no maciço do Itatiaia, entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, o parque foi cenário de um incêndio originado por um fogareiro, utilizado para o preparo de alimentos com substância inflamável, conforme apurou o instituto.
Na ocasião, cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) realizavam treinamentos na área, e o fogo começou próximo à estrada onde veículos do Exército estavam estacionados. A investigação indicou que o fogareiro, manuseado para cozinhar, deu início às chamas, que se espalharam rapidamente devido à vegetação seca.
O ICMBio utilizou imagens de câmeras de monitoramento, além de entrevistas com as equipes de controle do fogo, para analisar as circunstâncias do incidente. Foram feitas também vistorias e mapeamentos por drones para levantar dados precisos da área atingida.
Ao todo, o incêndio comprometeu 311 hectares de vegetação e danificou estruturas do parque, exigindo dez dias de combate, com o apoio de 150 profissionais de diversas instituições, além de voluntários.
O custo total para debelar as chamas não foi estimado, pois envolveu várias entidades. “Os militares perceberam o início do incêndio e comunicaram rapidamente os funcionários da Parquetur, concessionária do parque”, diz o relatório. Eles também contribuíram para conter o avanço do fogo, com a Aman enviando helicópteros e reforços ao local.
A vegetação seca, resultado da escassez de chuvas naquela época do ano, favoreceu a rápida disseminação do fogo, que começou a 2.500 metros de altitude. A área atingida permanece interditada pelo ICMBio para facilitar a regeneração natural.
Em nota, o Exército informou que a Aman ainda não teve acesso completo à investigação e que a “autuação está em fase de análise e apresentação de defesa por parte da União”. A Academia Militar ressaltou seu “compromisso com a preservação ambiental, especialmente no Parque Nacional do Itatiaia, onde atua há mais de 80 anos”.
Como consequência, o ICMBio determinou uma multa administrativa de R$ 6,5 milhões à Aman, pela responsabilidade no ocorrido. A investigação destacou ainda a rápida resposta dos militares ao notarem o início das chamas, auxiliando os funcionários do parque no combate ao incêndio.
Sobre o ICMBIO
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é uma autarquia em regime especial vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e integrada ao Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama).
Foi criado pela lei n.º 11.516, de 28 de agosto de 2007. O instituto é responsável por propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as unidades de conservação federais, além de fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da biodiversidade e exercer o poder de polícia ambiental para a proteção da biodiversidade em todo o Brasil. Surgiu de uma reestruturação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), anteriormente responsável por tais atribuições. Veja mais abaixo!
Sobre a Aman
A Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) é uma escola de ensino superior do Exército Brasileiro, situada na cidade fluminense de Resende. É a única escola formadora de Oficiais de carreira das Armas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia e Comunicações, do Quadro de Material Bélico e do Serviço de Intendência do Exército.
Para ingressar na Academia, é necessário prestar um concurso público, que ocorre anualmente para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), situada na cidade paulista de Campinas. Nessa escola, ao ingressar sob o título de Aluno, os jovens militares entre os 17 e os 22 anos realizam um curso de um ano, após o qual ingressam na AMAN sem necessidade de prestar novo concurso público.
