A Casa Branca anunciou oficialmente nessa terça-feira (11) que aplicará tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio provenientes de “todos os parceiros comerciais, sem exceções ou isenções”, uma decisão que passa a valer a partir da meia-noite de quarta-feira (12).
A política, revelada inicialmente em fevereiro, impactará diretamente o Brasil, um dos maiores fornecedores de aço para os Estados Unidos, especialmente em produtos como aço semiacabado, petróleo bruto, ferro semiacabado e aeronaves.
Dados do governo americano mostram que, em 2024, o Canadá liderou as exportações de aço para os EUA em volume, com 20,9%, seguido pelo Brasil, que respondeu por 16% (equivalente a 3,88 milhões de toneladas, o maior crescimento em relação a 2023), e o México, com 11,1%.
Em termos financeiros, porém, o Brasil ficou em terceiro, recebendo US$ 2,66 bilhões, atrás do México (US$ 2,79 bilhões) e do Canadá (US$ 5,89 bilhões). Em janeiro deste ano, o Brasil superou o Canadá em volume, exportando 499 mil toneladas contra 495 mil do vizinho americano. Cerca de 50% do aço brasileiro tem os EUA como destino, o que torna a tarifa uma ameaça significativa para a indústria nacional.
A ordem executiva de fevereiro, assinada por Donald Trump, justificou as tarifas apontando o aumento das importações brasileiras de aço da China como um dos motivos.
“As importações brasileiras de países com níveis significativos de sobrecapacidade, especificamente a China, cresceram tremendamente nos últimos anos, mais do que triplicando desde a instituição deste acordo de cotas”, afirmava o documento. A medida substitui o sistema de cotas por taxas fixas, eliminando quaisquer exceções para grandes exportadores.
Antes da confirmação oficial, representantes da diplomacia brasileira já demonstravam pouca esperança de evitar as tarifas e discutiam estratégias para minimizar os prejuízos após sua implementação.
A decisão deve atingir em cheio as vendas das siderúrgicas nacionais, com destaque para Ternium, ArcelorMittal e Usiminas, que dependem fortemente do mercado americano, conforme reportagem da Folha de S.Paulo.
A Ternium, que controla a Usiminas, opera ainda uma unidade própria no Rio de Janeiro capaz de produzir até 5 milhões de toneladas de placas de aço por ano. Segundo o jornal, as perdas para o setor no Brasil podem chegar a US$ 5 bilhões (cerca de R$ 29 bilhões) devido às novas barreiras impostas por Trump.
O impacto econômico preocupa o setor siderúrgico brasileiro, que agora busca alternativas para lidar com a redução de competitividade no mercado dos EUA, um dos seus principais compradores.
A falta de isenções nas tarifas reforça a postura protecionista do governo americano, deixando o Brasil em uma posição delicada para renegociar ou encontrar novos destinos para suas exportações. E mais: Primeiro-ministro de Portugal cai com menos de um ano de governo. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução redes sociais; Fonte: Folha de SP/UOL)
País | Massa (milhões de toneladas) | Percentual (%) | Valores (US$ bilhões) |
---|---|---|---|
Canadá | 5,08 | 20,91 | 5,89 |
Brasil | 3,88 | 15,97 | 2,66 |
México | 2,70 | 11,09 | 2,79 |
Turquia | 0,33 | 1,37 | 0,30 |
Índia | 0,26 | 1,06 | 0,53 |
Egito | 0,23 | 0,96 | 0,14 |
Tailândia | 0,12 | 0,50 | 0,12 |
África do Sul | 0,11 | 0,45 | 0,11 |
Bulgária | 0,10 | 0,39 | 0,07 |
Omã | 0,08 | 0,35 | 0,06 |
Indonésia | 0,02 | 0,08 | 0,02 |
República Tcheca | 0,02 | 0,07 | 0,02 |
Colômbia | 0,01 | 0,06 | 0,14 |
Romênia | 0,00 | 0,02 | 0,01 |
Polônia | 0,00 | 0,02 | 0,02 |
Argentina | 0,00 | 0,01 | 0,01 |
Fonte: United States Census Bureau (via Folha de SP)